Nebulosa Rosetta
foto NASA
No post de ontem propus uma indagação a respeito do Trabalho Artístico como um alargamento da finalidade intrínseca da natureza humana e a gestão de Cultura sendo uma questão estrutural de responsabilidade sobre a vida.
Sem os excessos de provocação a que estas afirmações poderiam conduzir, neste contexto o gestor de Cultura é o principal agente modificador do status do cidadão na medida em que favorece a fruição do Trabalho Artístico em todas as esferas.
Dirão os céticos que não é viável propor expectro tão amplo como linha de abordagem na gestão cultural exatamente pela natureza plural da atividade artística.
Claro que não podemos discordar disto. Sejamos razoáveis.
Mas, mesmo na razoabilidade, propor todas as esferas possíveis é diferente de afirmar ser inviável propor todas as esferas.
Conhecida a natureza do Trabalho Artístico e reconhecido pelo gestor, será a estrutura instalada e as expectativas de conjunto que conduzirão nesta perspectiva.
Isto não significa transferência de responsabilidades. Continua sendo do gestor o encargo de facilitador do acesso aos bens culturais e precisa ser avaliado por isto.
Caro Cleber,
ResponderExcluirGestão é o conjunto de ações, atos e técnicas administrativas a serviço de um objetivo, missão, ou política. Portanto, é algo que tem sua objetividade em qualquer campo da atividade humana. Da forma como voce expõe acima parece que o "Trabalho Artístico" se insere numa categoria da atividade humana "per altissimas causas", algo idealizado, próximo de uma concepção esóterica de cultura. Qualquer um sabe entender que isto não vai longe pois é uma falácia. Falar em "natureza do Trabalho Artístico" é considerar que o trabalho, em si, tem uma natureza, o que não é verdade. O trabalho é uma atividade humana, resultado do esforço para suprir necessidades. Mesmo o trabalho artístico, não passa de um trabalho. O lugar do artista como um se especial, dotado de poderes especiais é uma construção narrativa da igreja católica...que Leonardo da Vinci já desmontou há muito tempo. A chamada "aura" da obra de arte reinvidicada pelos seguidores de Walter Benjamin - Adorno e Horkheimer - caiu por terra quando a tecnologia digital provou que Rembrandt "fabricava" seu quadros em série, numa prévia do que foi o Taylorismo na idústria.
Se a sociedade brasileira atual concebe a idéia de um "gestor para a área da cultura" é porque esta área merece alguma consideração do ponto de vista administrativo. Mas é bom ler o que a Constituição de 1988 diz, quando fala de cultura.
Assim, ficamos mais terra a terra na questão e não há necessidade de tantas elocubrações esotéricas.
Oi gente.
ResponderExcluirNao senti o tema do Blog como uma Elocubracao Esotérica, mas sim como um alerta para divisoes de responsabilidades dentro da area Cultural o que as vezes nao é claro no Brasil.
Concordo que a Arte é só mais uma forma de expressao ou trabalho e nao deve ser idealizada mas vista como nescessária.
Porém para que pessoas que realizam a mesma de forma prática o possam fazê-lo de maneira séria é nescessário que exista esta consciencia de responsabilidades.
Quem executa ou produz (criacao)tem que investir muito tempo entre outras coisas mais que nao vale a pena elocubrar, e tem que ter foco, pra poder realizar da melhor maneira possível seu trabalho.
Sei o quao isto é dificil pelas dificuldades que já passei no tempo que ainda morava no Brasil. Todas as incertezas e preocupacoes de coisas que deveriam acontecer de modo normal, se o trabalho, tb. normal de outras pessoas ligadas de uma forma ou outra a algum tipo de producao Cultural tb. fosse executado de maneira séria e normal. Assim se poderia ver a Arte tb. como normal e intrínsica.
Discuto aqui que algumas vezes no nosso Teatro a qualidade deixa a desejar em favor da quantidade, afinal sao em torno de 23 Óperas por temporada, com em média 10 Récitas de cada uma delas, mais as apresentacoes de Ballet e Teatro.
Mas como seria bom se pudesse existir no Brasil producoes em série de Rembrandt ou Temporadas de Ópera contínuas se elocubrar ajudar...elocubremos
Nao senti o tema como Elocubracao Esotérica mas sim como um alerta a divisao de responsabilidades no que toca a Cultura e Arte no Brasil, divisao esta que acho que na maioria das vezes nao está clara no nosso País.
ResponderExcluirTb. acho que a Arte nao deve ser idealizada mas sim nescessária.
Concordo que nenhum artista é um ser especial e que o mesmo nao executa nada mais do que algo normal ( porém nesecessario) e que este trabalho deve sim ser visto desta forma.
Porém para que o mesmo possa ser realizado devem outras pessoas ligadas ou nao a Cultura tb. fazerem a sua parte.
Quem executa ou produz (criacao) tem e deve se concentrar naquilo que faz, e isto requer muito tempo e foco sem querer elocubrar para outros lados.
Se todo o resto nao funciona em volta nao há como produzir algo de maneira séria, e um dos grandes problemas é que quem trabalha com Gestao Cultural nao maioria das vezes só investe algo se tiver a possibilidade de ter um bom retorno financeiro imediato, sem preocupacoes com mudancas de realidade ou coisas do tipo.
Discuto aqui na Alemanha que algumas vezes no nosso Teatro a qualidade deixa um pouco a desejar por causa da quantidade, afinal sao em torno de 23 Óperas em um Temporada, com uma média 10 récitas por espetáculo, e mais os Concertos Sinfônicos, Teatro e Ballet.
Parece sim producao de fábrica, normal, mas nescessária, e isto nao se vê só nas salas cheias mas sim tb. em todos os outros projetos paralelos e áreas de atuacao do Teatro como Escolas por ex.
Como seria bom se houvesse no nosso País algum tipo de producao Cultural séria, com o intuito de tentar modificar uma realidade nao satisfatória, mesmo que em massa.
Como seria bom poder ver Rembrandt(s) em série ou Temporadas de Ópera contínuas.
Nao sei o que diz a Constituicao com respeito a Cultura (vou ler) mas se faz impecilhos quanto ao desenvolvimento Cultural de nosso País (talvez por questoes mais que óbvias) está na hora de se fazer algum tipo de pressao para se tentar modificar isto.
Se elocubrar ajudar...elocubremos