quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Banco bom é o da praça...

design by Pablo Reinoso

"Banco bom é o da praça onde até beijo é de graça..."*
Os bancos mudaram de perfil no Brasil. Não passam de meia dúzia - incluidos aí os estatais - os tradicionais bancos brasileiros. Onde foram parar o Bamerindus, Sudameris, Nacional, BCN, Mercantil, Noroeste, organizações bancárias que tinham um compromisso com o país e se preocupavam em patrocinar diretamente as atividades de cultura?
Sem saudosismos e olhando o passado exatamente como tal, percebemos claramente que houve uma grande mudança nas características dos patrocínios nos ultimos anos. A Cultura perdeu patrocinadores tradicionais entre os bancos, a indústria automobilistica e, claro, na indústria de cigarros.
A presença de empresas globais no Brasil ainda não alterou o quadro de patrocinios à Cultura, muito embora a grande maioria delas tenha presença ativa no segmento nos seus paises de origem.
Certamente teremos um período de adaptação e os produtores de cultura precisarão se preparar para atender à demanda de qualidade que certamente virá no curto prazo. Há alguns, quando participei como debatedor ao lado de vários personagens da produção cultural num Encontro Nacional, lembro-me que um deles, dono de uma das maiores agências do país disse com todas as letras que as empresas do setor não se entusiasmavam com os projetos culturais. Complementou dizendo que isto se dá pela intangibilidade e pela dificuldade de mensurar resultados que o meio possui e que dificilmente uma agência deixaria suas receitas convencionais para apostar num produto criativo sobre o qual não tinha nenhum controle.
Esta avaliação até hoje não me sai da cabeça. Como demonstrar às agências e empresas que investir em Cultura é bom sob o ponto de vista das marcas e bom para o desenvolvimento do país? Basta explicar que Cultura Erudita é via de desenvolvimento? Que a Economia da Cultura alimenta uma rede imensa?
A questão permanece.
(*- by cleberpapa)