segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Reflexão II - Ginástica para ouvir Carmen...

fitas
Cinco garotas alemãs, figurinos exageradamente coloridos, nas mãos intrigantes bastões com longas fitas. Não todas.

Uma delas usa uma corda o que levou a uma longa explicação de uma comentarista durante a transmissão da Copa do Mundo de Ginástica Rítmica.

Muita gente gosta de Ginástica Rítmica e é raro quem não goste da precisão dos movimentos, das apresentações de conjunto, das performances solistas, da maneira como criam soluções para as trilhas sonoras. Cheguei ao ponto.

Entre um zap e outro parei quando reconheci alguns acordes da ópera Carmen. Um trecho - um pedaço da famosa "Habanera" em arranjo techno, rápida, com interrupções ritmicas, uma recriação engraçada, mas muito adequada à apresentação das alemãs.

Ficou uma questão desta experiência. Não é maravilhoso poder ver uma sessão de ginástica e saber que a trilha criada foi baseada na ópera Carmen? Embora seja uma indagação simples, como fazer para possibilitar a todos a perspectiva da abrangência, do conhecimento amplo, da perspectiva de olhar para coisas simples do cotidiano e poder fazer ilações, tirar outros tipos de prazer além daqueles habituais? Como difundir novas dimensões?

Isto ficou martelando na cabeça enquanto outras meninas se esmeravam nas voltas de pivot 010 - aprendi isto ontem - ao som de um arranjo de Adiós Nonino, de Astor Piazzola, ao som de salsa. Depois disto, silêncio. Vai começar Besame mucho com castanholas, cantado em Russo.

E aquela indagaçãozinha martelando, martelando, martelando...