terça-feira, 18 de maio de 2010

Carlos Gomes no mapa do Brasil (16)

Frevo
Heitor dos Prazeres
A Praça Castro Alves é do povo
Como o céu é do avião...


É impossível não lembrar da frevo novo de Caetano Veloso e da praça que abre os versos quando se vai à Bahia e esta é uma questão interessante. Na Virada Cultural de São Paulo deste último final de semana, eram muitos os palcos instalados. Na Estação da Luz, dois palcos enormes, um de frente para ou outro, o primeiro com a dança e o segundo com a música de concerto para quem chegava da Estação Julio Prestes onde fica a Sala São Paulo e, para a Virada, foi instalado um palco para os populares da MPB, os populares eruditos, podemos desafiar assim. E alí, entre cheiros vários, juntaram-se algumas milhares de pessoas de várias idades encerrando a Virada com gostinho de quero muito mais ao som da Cantoria de Elomar, Geraldo Azevedo, Xangai e Vital Farias. Os hits de pelo menos 26 anos, foram cantados por muitos inclusive garotos e garotas que nasceram muito depois do quarteto começar a refletir um Brasil sertanejo, armorial em todos os grotões como eles mesmos dizem.
 
Entre o prazer de apropriação de uma cidade jamais vista com o olhar integral do asfalto a não ser em oportunidades como esta e da convivência com as várias tribos, ficou uma reflexão: quais as outras possibilidades que permitem integrações tão interessantes e, ao mesmo tempo, capazes de revigorar a memória, as nostalgias, as saudades de nós mesmos.
 
De certa maneira, apenas a música revista, nos levaria à Bahia, onde outra convergência acontece todo o dia, pois o povo, ao sair da sua praça - a Praça Castro Alves, obrigatoriamente segue pela Rua Carlos Gomes uma rua, um compositor que, como Caetano Veloso, também é do povo, da nossa identidade, da memória e história da nossa música.