quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Ópera é Pop (1)

imagem do comercial "os poneis malditos" para a Nissan
Criação Lew Lara\TWA
A maldição do pônei pega. Não tem jeito. 
O pior de tudo é que quando ouvi da primeira vez tinha a absoluta certeza de que já ouvira aquilo em algum lugar. Para a geração dos anos 1980, aqueles cavalinhos coloridos com glitter e florzinhas foram companhia constante das meninas e motivo de brincadeiras para a molecada, consumidores que agora estarão com seus 20 anos ou mais, prontos para comprar seu próximo carro etc. 
A publicidade tem destas coisas. Sempre aparece uma forma nova de dizer aquilo que todo mundo pensa que já sabe. Com a velocidade da comunicação nas redes sociais, quando conectei hoje à tarde o comercial do pônei (clique aqui) já atingira 11.806.558 (isto mesmo: quase doze milhões) de acessos. Um viral, como se diz, de propagação exponencial. 
A publicidade tem esta força de deixar para as pessoas a sensação de intimidade com produtos e, sem que os consumidores se deem conta, utilizando aquilo que já faz parte do seu universo cognitivo.
A ópera está sempre presente na publicidade. Quando aparece a imagem clássica de uma platéia lotada e as cortinas vermelhas de um palco monumental, não há quem não associe aquilo a erudição e bom gosto. A música é emocionante, acrescenta um movimento interno de tirar o folego de qualquer um. Mesmo quem não conhece o gênero sabe que ali sempre irá acontecer algo apoteótico, impossível de ser reproduzido pelos seres humanos normais. 
Com estas idéias, a partir desta semana, toda quarta - sempre que possível - postarei A Ópera é pop com comerciais que utilizem a ópera como trilha ou mote. 
É comum termos que responder à pergunta se a ópera é popular. Já falei sobre isto algumas vezes no blog (e continuarei falando, claro), mas, neste caso, a ópera é pop mesmo já que entendo que a cultura pop é típica da comunicação de massa. 
Então vamos ao lado pop ópera e, para demonstrar a longevidade do gênero, vamos a dois filmes.
O primeiro, um comercial dos anos 60, divertidíssimo e usando um ícone da história da ópera: La Traviata. (clique aqui)
E outro, o comercial de lançamento de 2012 de um modelo de automóvel também utilizando um clássico da ópera: Turandot (clique aqui)
Como veremos daqui para frente, a publicidade tem na ópera uma matéria prima constante. É as vezes conservadora, outras vezes edita sem o menor pudor. E como a ópera, é irreverente, crítica, ousada, esperta, alegre...