tag:blogger.com,1999:blog-67849185024608155542024-03-13T17:33:42.416-03:00Blog do Cleber PapaAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.comBlogger233125tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-44401159868814073852018-05-16T21:27:00.002-03:002018-05-16T21:27:30.441-03:00Falando de Arte (1)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-Q6paI98i4Ys/WvzHlxZ86bI/AAAAAAAAXrQ/3Vlz-vw9TW4dfjW9yUh0vRF2egPM6rhpwCLcBGAs/s1600/A%2Bgrafite.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="943" height="320" src="https://3.bp.blogspot.com/-Q6paI98i4Ys/WvzHlxZ86bI/AAAAAAAAXrQ/3Vlz-vw9TW4dfjW9yUh0vRF2egPM6rhpwCLcBGAs/s320/A%2Bgrafite.jpg" width="188" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">OTA - Grafite sobre tela</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A arte está sempre associada a ato humano, sendo este
conceito amparado pelas doutrinas clássicas e intelectuais do <i>fazer. <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ars est recta ratio
factibilium. </i>A Arte é o exato conhecimento do que se deve fazer.<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>Esta definição quase tão antiga quanto
a Arte, serve ao propósito de lembrar que a arte é um ofício, mas está distante
da maneira como a reconhecemos hoje e como a percebemos como uma fruição
estética, de vazão intelectual e de reflexão tanto de quem a produz, quanto de
quem a consome.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O OTA das quebradas, que não arreda pé – ainda bem – de
trabalhar com a moçada na periferia da periferia e de trazer à luz um monte de
jovens criadores. O OTA dos grandes murais. O Doutor Ota daqui a alguns poucos
dias. O Otavio Fabro da Faculdade, o Otaviofabroota do Instagram, Otavio Fabro
Ota do Facbook e um monte de OTAs e Otavios em tanto canto que nem ele, nem
ninguém precisam saber onde está, porque a arte é assim também: das paredes
para as cabeças e corações sensíveis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Autodefinido “O eu
grafiteiro/artista/pesquisador” em exposição* com este título, </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Otavio Fabro OTA – o Doutor Ota –</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> conseguiu em uma
sala com 10 telas, objetos de madeira e concreto, monitores exibindo seu
processo de trabalho e pequenas telas com ilustrações a traço, apresentar a
gênese do Grafite.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ainda um tema controverso, OTA conta <i style="mso-bidi-font-style: normal;">em poucas palavras</i> e muitas pinceladas o que é grafite. E faz isto
com muito bom humor. Tapas de ironia. Melhor dizer afagos de ironia refinada,
um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sarro</i> bem tirado que demonstra ser
o grafite uma intervenção urbana necessária, além do flácido senso comum que
nega a sua importância.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-chvSHqj5kGQ/WvzKiv--XkI/AAAAAAAAXrc/IfcfnjwPOCsMdwKRlpllvzLkOpIjqnqugCLcBGAs/s1600/A%2Bmadeira.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="378" data-original-width="283" height="320" src="https://2.bp.blogspot.com/-chvSHqj5kGQ/WvzKiv--XkI/AAAAAAAAXrc/IfcfnjwPOCsMdwKRlpllvzLkOpIjqnqugCLcBGAs/s320/A%2Bmadeira.jpg" width="239" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A partir de madeira, que trabalhou mecanicamente com um
resultado espetacular associando-a ao concreto, OTA introduz o carvão,
resultado da queima do material original. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A tela central é negra. Melhor. É grafite. Precisa falar
mais alguma coisa? Pedacinhos de carvão dispostos sobre tela. Ao lado, mantendo
a proporção áurea das telas que poderiam se abraçar num único painel em relevo,
OTA pinta uma tela com tinta de fuligem. Isto mesmo. Fuligem. Aquela coisa
negra que flutua no ar, suja os colarinhos brancos dos executivos da Paulista
ou de Wall Street, e cobre carros, placas, cabeças, calçadas, cestos de lixo,
bancas de jornais, homens, mulheres, crianças, bancos de jardim com uma
película teimosa, finíssima, diária. Mais adiante, uma tela é um pedaço de rua
(tinta asfáltica sobre tela. O conhecido piche. Picho?) com um buraco. Isto
mesmo: uma depressão côncava que entorta roda de magrela, principalmente quando
tem tantos buracos nas ruas que até merecem uma tela do OTA. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-_usxbX08EMc/WvzKtCX3GcI/AAAAAAAAXrg/Y8qEVyAXeMko8l1YmGqFX-L7lCBG2qM7gCLcBGAs/s1600/A%2Bburaco.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1362" data-original-width="888" height="320" src="https://2.bp.blogspot.com/-_usxbX08EMc/WvzKtCX3GcI/AAAAAAAAXrg/Y8qEVyAXeMko8l1YmGqFX-L7lCBG2qM7gCLcBGAs/s320/A%2Bburaco.jpg" width="208" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Em outro canto,
outra tela com asfalto e se você olhar de perto verá que a textura é a mesma do
asfalto (quem jogou bola na rua, sabe. Quem anda a pé e observa, também). Nesta
ele brinca com um spray, que não podia faltar numa exposição de um grafiteiro.
Lá está a faixa branca no meio do asfalto com um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sfumato</i> típico da técnica, nada mais que um dos cânones da Renascença,
só prá lembrar que grafite é coisa de erudito que não gosta de ser chamado
assim.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">(*) a exposição “O eu grafiteiro/artista/pesquisador”
encontra-se no <a href="http://www.mapadasartes.com.br/espacos.php?lid=3&pg=0" target="_blank">Instituto das Artes da UNESP </a>– na <span class="w8qarf"><b><span style="background: white; color: #222222;"> </span></b></span><span class="lrzxr"><span style="background: white; color: #222222;"><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;">R. Dr. Bento Teobaldo Ferraz,
271 - Barra Funda, São Paulo, até o dia 19.05.2018 </span></span></span></span><o:p></o:p></div>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-37478393399895628682016-09-27T16:00:00.000-03:002016-09-27T16:01:44.481-03:00Dilemas Contemporâneos da Cultura (107)<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-LUdkowpAYvI/V-Pg27SXkNI/AAAAAAAAB4I/Ie5EPpZM4cE83JWH_n23HSRK5apUV0RhgCLcB/s1600/mascara%2B11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://3.bp.blogspot.com/-LUdkowpAYvI/V-Pg27SXkNI/AAAAAAAAB4I/Ie5EPpZM4cE83JWH_n23HSRK5apUV0RhgCLcB/s320/mascara%2B11.jpg" width="227" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
Ops - por cepê</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Há tempos e mais agora nestes tempos, algumas redes sociais passara a abrigar toda a sorte lamúrias, principalmente os revoltados "desabafos" de defesa de malfeitos. Como há audiência para quase tudo, não raro, desavisados, desinformados ou descafeinados indolentes tomam partido quando o melhor partido deveria ser ficar quieto e aguardar que a lei matemática resolva as equações que a vida impõe. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Este é um viés que me parece interessante: vida e viver...</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Nada mais livre do que viver em paz, adormecer sabendo que se fez a coisa certa. Um dia destes vi um dos comentários adoráveis do Mário Sérgio Cortella sobre a noção de capricho:<i> "</i><span style="background-color: white; color: #333333;"><i>Fazer o melhor com o que se tem, enquanto não se tem condições melhores para se fazer melhor ainda". </i></span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Conformismo? Modéstia? Falta de visão de mundo? Ingenuidade?</span></span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #333333;">Claro que não. Apenas uma visão concreta da realidade e da perspectiva de se fazer para que ao final de tudo se tenha construído alguma coisa "no capricho", fazendo </span><span style="background-color: white; color: #333333;"> o melhor com o que se tem, enquanto não se tem condições melhores para se fazer melhor ainda.</span></span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #333333;">Pois acho que viver é exatamente isto. Poder </span><span style="background-color: white; color: #333333;">fazer o melhor com o que se tem, enquanto não se tem condições melhores para se fazer melhor ainda.</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E, principalmente, sabendo qual é a sua laia, pois não parece claro que estamos falando o tempo todo disto?</span></span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">De fazer o melhor com o que se tem, com aqueles de sua laia, enquanto não se tem condições melhores para se fazer melhor ainda, longe da laia que não nos interessa. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E se pensarmos bem, nada melhor do que contar com quem está na mesma frequência que você. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Recentemente falei a algumas pessoas sobre a dificuldade de se conseguir realizar determinadas coisas quando não há entendimento sobre o que se está falando. Num exemplo, grosso modo, poderemos dizer que uma orquestra numa sala de concerto pode executar o repertório que quiser mesmo de platéia vazia e conseguirá o mesmo resultado de uma sala cheia, já que as suas ondas sonoras do mesmo modo se espalhariam a quilômetros, atravessando paredes e beneficiando a humanidade.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ora, há um forte conteúdo de abstração nesta conclusão, mas são pouquíssimas as pessoas dispostas a entender este efeito - discutível - mas delicioso como livre pensar. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não é assim? </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Pois então, voltemos a viver e vida com os da mesma laia, fazendo o melhor com o que se tem, sem perder de vista que, sabendo o que e como fazer, é só trabalhar para criar as condições melhores para se fazer melhor ainda.</span><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-56738603846665203962016-05-05T19:16:00.002-03:002016-05-05T19:28:04.830-03:00Dilemas Contemporâneos da Cultura (106)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://4.bp.blogspot.com/-8MDfkMfl-Rk/Vyu9Jm32cNI/AAAAAAAABzs/YwUO1LI-aYM_AS3F7gsqfAIXUD23FRzeQCLcB/s1600/tartaruga-cabecuda-caretta-caretta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="195" src="https://4.bp.blogspot.com/-8MDfkMfl-Rk/Vyu9Jm32cNI/AAAAAAAABzs/YwUO1LI-aYM_AS3F7gsqfAIXUD23FRzeQCLcB/s400/tartaruga-cabecuda-caretta-caretta.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: xx-small;">Projeto Tamar - Divulgação</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tartarugas são engraçadas. Raros são aqueles que não gostam destes bichinhos de casca grossa, olhar plácido, obrigados pela própria natureza a carregar sua casa por onde andam. O Tarugo (personagem da turma da Mônica, do Maurício de Souza) se apresenta como tartaruga, mas é um jabuti (dizem). Deve ser mesmo uma tartaruga disfarçada ou ter um probleminha de identidade que não nos cabe explicar. O fato é que na sua casca-casa ele guarda um monte de coisas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Quem não conhece o clássico da Tartaruga e o Coelho? A Tartaruga é conhecida por viver muito e andar devagar. Talvez por isto, ganhe sempre do coelho nos desenhos animados, nas fábulas infantis. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Também são clássicas as imagens (quando não o próprio bichinho) das tartarugas indo para o mar. E a desova que precedeu este fenômeno mágico do nascimento? Tudo isto é lindo e os projetos de preservação deste ser maravilhoso estão por aí para quem quiser contribuir, apoiar etc. O <a href="http://www.projetotamar.org.br/" target="_blank">projeto Tamar</a> é o mais conhecido. A <a href="http://www.wwf.org.br/" target="_blank">WWF</a> <a href="http://www.wwf.org.br/" target="_blank">(a entidade que tem a cara de um ursinho panda)</a> e tem inclusive um app muito legal (apps para o planeta Terra) que também fala das tartarugas, da arara azul, ursos e outras espécies. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A Tartaruga não me saiu da cabeça hoje, porque neste momento caótico, tanto político, quanto econômico com suas consequências nas relações sociais, que estamos vivendo, vê-se de tudo. Até tartarugas em árvores. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tartarugas em árvores? Este é outro clássico, porque todo mundo sabe que tartaruga não nasce, nem sobe sozinha em árvore. Se está lá, é porque alguém colocou. Para quê? Por que? Talvez a história nos ajude a perceber os autores destas façanhas dentro em pouco. Aguardemos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Isto tudo remeteu de forma análoga ao anúncio pelo Ministério da Cultura de um crédito de milhares de reais disponíveis no Banco do Brasil para financiar a atividade dos pequenos empreendedores principalmente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Esta notícia não é apropriadamente uma tartaruga em cima da árvore, nem tampouco lembra a tartaruga em sua casca, exceto pela lentidão com isto foi anunciado. A exemplo da regulamentação ou aperfeiçoamento do conjunto de possibilidades reais da Lei Rouanet que caminharam minimamente, a passos de tartaruga, demorou muito, mais de 12 anos para que algo aparentemente óbvio e totalmente previsível nas possibilidades de financiamento tenha sido anunciado. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Mas - sempre tem um mas, infelizmente a nova linha de crédito (se é que existirá e que será colocada em prática) está lastreada em recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador - do BNDES) que, ao que parece, possui problemas enormes de déficit ou coisa parecida. E ninguém falou, ou perguntou, quais serão as garantias exigidas do pequeno empreendedor (aquele que todos sabem não possui garantias para o crédito) para que tenha acesso à maravilha financeira de juros baixos pelo Banco do Brasil.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Em sã consciência, dá para levar isto à sério? No meio de um processo de impeachment? Ás vésperas da data fatal do "velho" governo? E o que é pior, sendo este suposto crédito liberado uma semana depois da provável data de afastamento da equipe que hoje já não comanda o país? E o dinheiro do pre-sal para a Cultura que não acreditei quando foi dito que viria e nos salvaria pra sempre? E o Vale Cultura, como anda esta ferramenta que injetaria milhões na economia do setor? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Estou cansado disto. Muita gente está cansada disto. Estou com uma Tartaruga enorme na cabeça (juro que não fui eu quem a colocou). Muito semelhante às tartarugas que o <a href="http://www.jstor.org/stable/1939721?seq=1#page_scan_tab_contents" target="_blank">Jasper Danckaerts</a> encontrou nas tribos americanas sustentando o mundo.</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-2343087852451351142016-03-07T17:19:00.001-03:002016-03-07T17:19:21.148-03:00Carlos Gomes no Mapa do Brasil (47)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-kcGm24CIdVg/Vt3Z7Erbh3I/AAAAAAAABxc/1h8RPH-SJW8/s1600/vISTA%2BA%25C3%2589REA%2B2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://1.bp.blogspot.com/-kcGm24CIdVg/Vt3Z7Erbh3I/AAAAAAAABxc/1h8RPH-SJW8/s400/vISTA%2BA%25C3%2589REA%2B2.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">UNICAMP - 1976 - (SIARQ UNICAMP)</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">As Pedras Fundamentais são um elemento simbólico do início de uma obra. Sua origem está relacionada a tradições cerimoniais celtas e maçônicas. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não sabia, mas achei curioso que as pedras fundamentais sejam preferencialmente colocadas no lado nordeste de uma nova construção, indicando a partir dai como a planta será instalada. Interessante, não é? Sempre observei muito mais a questão cerimonial que seu valor construtivo em si. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O lançamento da Pedra Fundamental da UNICAMP se deu em 4 de Outubro de 1966. Na foto publicada acima vê-se o registro das obras em 1976, a 40 anos do cinquentenário a completar em 2016. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">No centro da foto se vêem à esquerda e acima dois prédios redondos onde está hoje o chamado Ciclo Básico I.</span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Também já se vê, contado a partir daí, a quarta rua com o nome de <a href="http://pensador.uol.com.br/autor/cora_coralina/" target="_blank">Cora Coralina</a> e a sexta rua com o de <a href="http://pensador.uol.com.br/elis_regina/" target="_blank">Elis Regina</a>. </span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sempre em boa companhia e no meio das duas, praticamente no meio da foto, está a Rua <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Gomes" target="_blank">Carlos Gomes</a>, a homenagem da cidade e da Universidade ao principal compositor de ópera Brasileiro que, em 2016, completa 180 anos do seu nascimento, na cidade de Campinas, no Estado de São Paulo.</span></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-85239927506737235062016-03-01T18:07:00.001-03:002016-03-07T15:45:54.593-03:00Nota de Rodapé (23)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-bnVlQjPno60/VtYD3oTOMiI/AAAAAAAABws/52lZ0Bvy8G4/s1600/GioachinoRossiniStamp-172x200-536.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-bnVlQjPno60/VtYD3oTOMiI/AAAAAAAABws/52lZ0Bvy8G4/s1600/GioachinoRossiniStamp-172x200-536.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Esta é particularmente uma Nota de Rodapé interessante, típica dos anos bissextos. Prometo só publicar outra igual daqui há 4 anos.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Caso você não saiba o que é ano bissexto, sinto muito, mas uma pesquisa simples dirá que se trata de denominação para o ano em que se corrige uma distorção no calendário, acrescendo-se um ultimo dia no mês de fevereiro. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Assim, nos anos bissextos, temos o dia 29 de fevereiro (temos outros anos bissextos, mas isto não vem ao caso aqui). Se você quiser se aprofundar, a coisa não é tão simples como fiz parecer. O próprio nome bissexto vem derivado das contagens das chamadas Calendas romanas nos anos de dois dias a mais por causa do sextum.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Antes que o texto se transforme num manual de cultura inútil para quem não está interessado, estou utilizando a data para comemorar o aniversário de nascimento de Gioachino Rossini, o compositor de um monte de óperas, em especial L'Elisir D'Amore.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Rossini nasceu em Pesaro, na Itália, em 29 de Janeiro de 1792, cidade onde se realiza o Festival Rossini. Sim, eu sei que 29 foi ontem. Mas porque não mantermos a comemoração do seu aniversário em outros dias para que o pobre não tenha uma festa somente de quatro em quatro anos?</span><br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-78757759399826223922016-01-13T20:07:00.002-02:002016-01-13T20:07:52.697-02:00Ópera em Movimento (8)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-H0lCbdGRufs/VpbJnQXCVJI/AAAAAAAABvQ/orDKoYmCg04/s1600/mariatudordramma00gome_0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-H0lCbdGRufs/VpbJnQXCVJI/AAAAAAAABvQ/orDKoYmCg04/s320/mariatudordramma00gome_0.jpg" width="192" /></a></div>
<br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Neste ano, completam-se 180 anos do nascimento de <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Gomes" target="_blank">Antonio Carlos Gomes</a>, na cidade de Campinas e 120 anos de sua morte em Belém. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Considerando a própria natureza deste blog é natural que tenhamos muito Carlos Gomes por aqui. Tentaremos.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Para quem não ouviu, aí está o link do <a href="http://culturafm.cmais.com.br/opera-em-movimento-um-exercicio-de-imaginacao/opera-em-movimento-2013-04-22" target="_blank">programa Ópera em Movimento</a> que apresentei na Radio Cultura de São Paulo, na série Idéias Musicais. Trata-se de uma edição específica sobre a ópera Maria Tudor, do compositor. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Espero que você goste. Afinal, você é o diretor ou a diretora convidada.</span><br />
<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-52887264204534522772016-01-06T16:34:00.003-02:002016-01-06T17:14:52.996-02:00Dilemas Contemporâneos da Cultura (105)<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-lGBQlbF7Uyk/Vo1a6sMTKsI/AAAAAAAABu0/tz7TtxsCmYA/s320/Beth%25C3%25A2nia.jpg" width="229" /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;"><a href="http://www.editoraufmg.com.br/pages/obra/554/caderno-de-poesias" target="_blank">Capa do livro Caderno de Poesias - Ed UFMG</a></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b>O mundo continua precisando de poesia.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Em 2011, escrevi um texto para um site (que não mais existe) colocando em discussão e me colocando a favor de um projeto que envolvia a produção e publicação na internet de 365 vídeos (um para cada dia do ano) em que a cantora Brasileira Maria Bethânia interpretava poesias de vários autores e, de quebra, falava um pouco sobre a agressividade de determinadas opiniões. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Levei "pau" como se diz. Várias pessoas publicaram justificativas contundentes e opiniões tão absurdas e tão despreparadas que não me restou outra coisa a não ser pacientemente rir de tudo aquilo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A questão na época e que prevalece até hoje é quanto ao direito de qualquer empresa pleitear recursos públicos para a realização de projetos na área da Cultura dentro das regras vigentes. Além disto, também remexo na maneira como muitas opiniões são oferecidas sem que se tenha uma base sólida de conteúdo para sua fundamentação. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Para resumir, o tempo passou. O Brasil não ganhou as poesias recitadas pela Bethânia gratuitamente. O Brasil perdeu, a poesia perdeu, a Língua Portuguesa perdeu, os leitores perderam, os jovens deixaram de ter uma referência concreta e permanente da poesia no Brasil. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas, felizmente há sempre um mas, Bethânia <a href="http://www.editoraufmg.com.br/pages/obra/554/caderno-de-poesias" target="_blank">conseguiu editar um magnifico livro de poesias e um precioso dvd. Veja a edição da Editora UFMG</a> e compre pelo menos dois exemplares do livro: um para você e outro para um amigo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Para quem não leu em 2011 ou para quem quer recordar, não tendo encontrado o link do site original, segue o texto que publiquei na versão da época:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b>O mundo precisa de poesia</b><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="text-align: justify;">Convenhamos que
é uma ótima ideia “produzir e alimentar um </span><span style="text-align: justify;">blog
</span><span style="text-align: justify;">durante um ano, com publicação diária de vídeos inéditos; atrair
aproximadamente 6.000 (sic) visitantes diariamente; estimular a formação de
público de leitores; estimular a discussão, na rede, sobre poesia e literatura;
propiciar o contato e interação de jovens com literatura brasileira; estimular
artistas de diferentes áreas a produzir conteúdo baseado em poesias e textos;
produzir material audiovisual de grande qualidade técnica e artística; reunir
uma equipe altamente capacitada e experiente para realizar o projeto;
multiplicar resultados, estimulando o compartilhamento do conteúdo dos vídeos
em outras redes, como YouTube, Facebook, Twitter e Orkut”.</span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Originada dos calendários
destacáveis com frases e imagens diárias, a ideia de postar na internet vídeos
diários gratuitamente, com uma artista do quilate da cantora Maria Betânia e em
paralelo promover a discussão e a difusão da poesia sob todas as formas, é um
pequeno ovo de Colombo.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Aí está uma ideia que eu gostaria
de ter tido.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Junte-se a isto uma produtora
(Conspiração) de reconhecido e exemplar portfólio. Temos então um projeto
cultural na lei do audiovisual bem-sucedido?<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não. Antes falta o dinheiro que só virá
se os produtores conseguirem convencer alguma empresa a apoiar o projeto
repassando parte do seu imposto a pagar.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Bastou, no entanto, que se
divulgasse a aprovação do projeto pelo Ministério da Cultura e sin sala bin, num passe de mágica, tivéssemos
uma enorme e furiosa batalha na internet com acusações, insinuações,
discordâncias. Mágoa, muita gente magoada. Muita inveja. Um sofrimento de fazer
dó. Palavrões no twitter xingando a cantora, ministro da Cultura, ódio
represado. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É assustador. Tem alguma coisa muito errada
neste processo.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Desde quando a cultura no Brasil
não precisa de incentivos e apoio do Estado? Tente qualquer um ir a uma empresa
e oferecer um projeto cultural qualquer sem incentivo e veja se consegue. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Pode ser até que a Maria Betânia
e a Conspiração Filmes consigam convencer agências e empresas e patrocinarem o blog com verbas próprias. Ótimo. Seria
maravilhoso para a cultura e para a poesia. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E qual o problema do recurso ser incentivado?
Neste caso, deve ser incentivado porque basta olhar o que as empresas – o
mercado – têm feito pela poesia no Brasil. Perguntem aos poetas o quanto de
dinheiro conseguiram privadamente para viabilizar suas ideias nos últimos 20
anos.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Além das suposições de praxe das relações
entre a cantora irmã* e a ministro irmã*, insinuações de protecionismos, a
guerrilha também põe em xeque os valores apropriados no projeto, colocando no
rol das atividades criminosas ganhar-se dinheiro com o sucesso, com o resultado
de anos de trabalho.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Vamos a uma curta análise. Quanto
representa de trabalho pesquisar e definir 365 poesias, selecionar trechos,
estudar o autor, estilo, atmosfera proposta por poema, definir 365 diferentes
interpretações, estudar decorar e ensaiar algo em torno de 1.095 minutos de
texto (18 horas aproximadamente)? Quanto representa de trabalho
responsabilizar-se por tudo isto mantendo padrões de qualidade, acompanhando as
intermináveis horas de edição, de pós-produção? Quanto representa a associação
da imagem pessoal da artista ao projeto? <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">As perguntas acima referem-se
exclusivamente a questões de direção artística do projeto.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Pois bem. Várias pessoas
criticaram os valores atribuídos ao trabalho da intérprete e diretora. Houve
até quem dissesse que se fosse outro nome, o projeto não seria aprovado. Ou
ainda que o valor é muito alto e que a cantora não vale isto. A fila de
absurdos vai além, discutindo-se inclusive se os prazos de dedicação ao projeto
valem isto ou aquilo. As mesmas pessoas que aceitam com tranquilidade o valor
da marca de um refrigerante, ou de um tênis famoso, são incapazes de atribuir
valor à “marca” de um artista, ao seu valor simbólico e, por que não, o seu
valor comercial. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Observe como é complexa a
questão. Trata-se de discriminação ao contrário. Os críticos da iniciativa fazem
uma inversão doentia argumentando que é protecionismo, que o projeto não se
sustentaria com um nome desconhecido – este sim merecedor de apoio. Reprovam/condenam
o fato concreto da aprovação do projeto lastreado num nome conhecido de
inquestionáveis méritos artísticos, de ligação pessoal com a poesia e merecedor
de remuneração justa pelo valor que agrega ao projeto. Nesta maneira de pensar,
preferem deixar de lado o que é bom, responsável, reconhecido, meritório e valorizar
o que é duvidoso, desconhecido. Os críticos desta iniciativa esquecem que
também na cultura há um processo em curso. O que é novo deve ser incentivado na
medida do seu tamanho. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Há poucos dias recebi um
comentário discordando de um texto que publiquei onde ressaltava serem necessários
cursos de preparação de gestores que considerem os princípios gerais da
economia, da administração pública, acrescentando que, mesmo cumprida esta
etapa, precisaríamos dar tempo a estas pessoas adquirirem experiência/vivência
de gestão. Para alguns, basta um indivíduo fazer um curso e estar pronto para
ser gestor de um projeto, uma empresa, um órgão governamental. Parece que não
entra na cabeça das pessoas que maturidade artística, administrativa é
importante e que, sobretudo na atividade cultural, erudição se obtém pela
experimentação, repetição, aprendizado.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Talvez a velocidade com que as
coisas acontecem na nuvem levem a
estes julgamentos apressados. Talvez a falta de balizamento, a falta de quem
diga o que é certo ou errado, do que é bom ou ruim, leve alguns a dizerem o que
primeiro lhes passa pela cabeça. Devem também existir outros que, sem qualquer
pudor, criam ou aproveitam a onda para fazer prevalecerem seus próprios
interesses, mas isto é outra história. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O foco aqui é este fenômeno de
distorção de valores, do exagero na crítica, do excesso raivoso.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Situação semelhante acontece com
o tsunami envolvendo o jovem
cartunista João Montanaro, 14 anos, e sua charge publicada no dia 12/3 na Folha
de São Paulo. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ao desenhar uma onda devastando
uma cidade japonesa, escolhendo como tema/modelo uma xilogravura de Katsushika
Hokusai criada entre 1830 e 1833, o cartunista foi alvo de elogios, mas de
críticas de leitores, sendo inclusive xingado por colegas na escola onde
estuda. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Como publicado na FSP de 17/3, o
pesquisador Gonçalo Júnior, autor do livro “A Guerra dos Gibis”, “vivemos na
era da chatice e do politicamente correto. É uma reação paranoica, o desenho
retrata as mesmas coisas que todos estes vídeos que estão no YouTube”.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Neste caso, o mais provável é que
os críticos não conseguiram atingir o nível de leitura proposto pelo desenho. Para
entender o que foi feito é necessário um mínimo de alfabetização para as artes
e a capacidade de perceber que o cartunista pegou um ícone da arte japonesa,
justamente uma gravura representando uma onda e acrescentou destroços. Por pura
ignorância, alguns furiosos não o condenaram por plágio. Definitivamente aquele
não era um trabalho de humor e esta foi a leitura rasa que levou à condenação
do autor.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ou seja, este caso e o outro são
situações diferentes, mas a mesma matriz de falta de bom senso, de excessos
desnecessários.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O projeto cujo título é o mesmo
deste artigo, é bem-vindo. O mundo precisa mesmo de poesia. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quando a argumentação é baseada
em berros, não há o que contra argumentar. Quando uma sociedade começa a
espernear aos chutes e pontapés é recomendável o recuo, sob o risco de todos
colocarem a mesma carapuça de burrice dos que fazem a crítica. </span></i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">(*) a cantora é irmã de Caetano Veloso e a Ministro era Ana de Holanda, irmã de Chico Buarque, duas figuras polêmicas e hoje frequentemente associadas a questões de ordem política. Ressalto que este texto se refere fundamentalmente à perspectiva de que qualquer artista pode (e deve) ter o direito de se valer de recursos públicos para executar seu trabalho. Se há alguma falcatrua, má utilização de recursos existem instrumentos legais para verificar isto. Também ressalto que a análise em questão nada tem a ver com as posições políticas e pessoais dos citados e não estão em xeque as eventuais discordâncias nesta área entre eles e este autor.</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-81831652586192743142016-01-02T21:12:00.001-02:002016-01-03T12:35:18.917-02:00Diálogos Contemporâneos da Cultura (104)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-TusIqwEoycs/VoRy_Nu6i2I/AAAAAAAABuk/UzMrIWb5fZU/s1600/mascara%2B10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://3.bp.blogspot.com/-TusIqwEoycs/VoRy_Nu6i2I/AAAAAAAABuk/UzMrIWb5fZU/s400/mascara%2B10.jpg" width="270" /></a></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;"><i>Máscaras " A ópera em São Paulo hoje - por CP</i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;">(*) extrato de Hamlet, de William Shakespeare, em tradução de Bárbara Heliodora <i>(in memoriam)</i></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Reflexões sobre as consequências e as inconsistências do que
representa a acusação de desfalque de R$18 ou R$20 milhões do orçamento do
Theatro Municipal amplamente difundida pelos veículos de comunicação em
reportagens recentes. Qual a sua origem, seu significado e efeitos na percepção
pública da nossa categoria? <o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Parte VII<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Cheguei ao fim (?) destas primeiras reflexões. Sem concessões. Hora de ler e reler. Eventualmente, acrescentar, modificar um ou outro detalhe. Mas em outro texto, porque estes precisam ficar como estão. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Em algum lugar deste blog já mencionei <a href="http://g1.globo.com/platb/maquinadeescrever/2013/10/13/em-a-civilizacao-do-espetaculo-vargas-llosa-analisa-a-decadencia-da-cultura/" target="_blank">T.S. Eliot, George Steiner e Mario Vargas Llosa</a>, autores de pensamentos críticos acerca da Cultura. De Steiner, tomo emprestado que "não é uma jogada retórica insistir que estamos em um ponto no qual os modelos da cultura e dos acontecimentos anteriores são de pouca ajuda... No máximo podemos tentar por em evidência certas perplexidades". A observação de Steiner sobre o</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"> título do seu próprio ensaio também serve para o meu propósito nestas considerações: mesmo a frase "</span><i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">reflexões sobre as consequências e as inconsistências do que representa..." </i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">é ambiciosa demais e talvez haja apenas esperança neste pequeno exercício. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Infelizmente, esta vulnerabilidade a que se expos o Theatro
Municipal não é responsabilidade nem prática esperada dos profissionais de
ópera e teatro no Brasil. Pelo contrário, tenho orgulho de pertencer a um grupo
de profissionais que é sério, responsável, preocupado com o bom uso dos
recursos públicos, que possui uma visão apaixonada sobre sua atividade, mas uma
visão pautada no compromisso com o público, com a difusão, com a formação. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Sem pieguices, estou entristecido, com esta história toda. Uma melancolia impotente ao perceber a evidência de certos fantasmas perenes e intoleráveis. Triste. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">É da natureza do ser artístico certo distanciamento
para melhor observação da realidade. Se tomamos partido aqui ou ali,
essencialmente queremos à nossa maneira ser críticos de nós mesmos e mostrar
isto para quem nos vê. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Alguns de nós temos a dimensão exata de que não há dinheiro
que pague a cultura que não tenha como origem aqueles que nos assistem. A
origem dos nossos recursos é o próprio ingresso ou os impostos que direta ou
indiretamente financiam a atividade cultural. É a este grupo que pertenço: aos
artífices da cultura e aos que também modestamente pagam a cultura.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Por isto tudo, não posso, não podemos, aceitar passivamente
fatos como estes que se repetem, repetem, repetem em maior ou menor escala e que se agravam com o passar do tempo. Estamos vivendo um momento novo. Hora em que precisamos mudar o verbo de "ouvimos falar" para "sabemos que". </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Para o bem da Cidade, do público, da manutenção da
confiabilidade no que fazemos, precisamos obter respostas rápidas dos organismos que se debruçam sobre o tema. Mas também temos que dar respostas rápidas. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Não podemos carregar sob nossos nomes o estigma de sermos
criadores de um gênero caro, impagável, irresponsável com os números, quando
sabemos que existem no Brasil todas as condições técnicas e criativas para se
desenvolver a ópera de maneira saudável financeiramente e de se criar em níveis
de excelência, com custos menores, inclusive com artistas estrangeiros compondo
equilibradamente parte do elenco. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Não tenho escrúpulos ao dizer que não aceito ser avaliado por
patrocinadores, por gestores, muito menos pelo público, sob esta régua. Por esta razão, tomo como certo o famoso verso de Hamlet que ilustra este post. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">Precisamos, sob o risco de não termos o que escrever sobre
nossa própria história recente, urgente reavaliação do que consideramos
correto, adequado e desejável para nossas vidas e caminhos profissionais. </span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Nós, até aqui, definitivamente, não fizemos o melhor que sabemos fazer. Basta olharmos os programas dos teatros de ópera e observarmos os nomes que estão fora deste circuito redutor e perverso criado, em que comemoramos três quando já fizemos quinze. Quantos bons regentes, quantos bons cantores, quantos bons diretores, quantos bons cenógrafos, quantos bons figurinistas, quantos bons iluminadores, quantos bons gestores, quantos bons </span><span style="line-height: 18.4px;">estão em suspensão numa bolha cataclísmica? </span></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">Se todos não percebermos que a lógica em curso não interessa à nossa atividade e não agirmos </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 18.4px;">rápido</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"> para convencer aqueles que nos financiam que estamos na contra-estratégia do desenvolvimento cultural, estaremos prestando um desserviço às nossas mais óbvias </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 18.4px;">expectativas</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">. </span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-72545147523944572252016-01-02T15:54:00.005-02:002016-01-02T21:10:17.513-02:00Diálogos Contemporâneos da Cultura (103)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-WPCmlOA0MPg/VoRa99S4t2I/AAAAAAAABuI/P3puq0pVGSI/s1600/mascara%2B9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://4.bp.blogspot.com/-WPCmlOA0MPg/VoRa99S4t2I/AAAAAAAABuI/P3puq0pVGSI/s400/mascara%2B9.jpg" width="277" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;">Máscara "A ópera em São Paulo hoje" por CP</span></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;">(*) fragmentos de Hamlet, de William Shakespeare em tradução de Bárbara Heliodora (in memoriam)</span></i></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Reflexões sobre as consequências e as inconsistências do que
representa a acusação de desfalque de R$18 ou R$20 milhões do orçamento do
Theatro Municipal amplamente difundida pelos veículos de comunicação em
reportagens recentes. Qual a sua origem, seu significado e efeitos na percepção
pública da nossa categoria? <o:p></o:p></span></b><br />
<b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Parte VI<o:p></o:p></span></b><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%; text-align: justify;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%; text-align: justify;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%; text-align: justify;">A gestão anterior (2009-2012) da Secretaria de Municipal de Cultura criou as bases para a Fundação do Theatro
Municipal, de fato sendo implantada com todas as dificuldades naturais nesta
nova administração municipal a partir de 2013.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Infelizmente, no entanto,
mesmo que isto não tenha sido de conhecimento d</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">o grande público do Theatro, a
gestão foi assaltada por notícias indesejáveis em várias direções:
cancelamentos de produções previamente acertadas; demissões em vários escalões e contratações de estrangeiros em diversos níveis de atuação e posteriores
problemas internos que levaram a demissões destas mesmas pessoas; substituição
de equipes inteiras do teatro nas áreas técnicas; tentativa de acabar com o
Coral Paulistano o que levou a uma exposição absolutamente desnecessária do TMSP
e seus grupos artísticos; extrema lentidão na regularização dos contratos de
grupos artísticos fixos; atrasos de pagamento de artistas estrangeiros em prazos nada
razoáveis para um organismo deste porte; demissões e recontratações de
demitidos; manifestos públicos de artistas estrangeiros quanto a práticas
artísticas e de relacionamento na direção da casa, com ameaças de processos judiciais; manifesto de músicos da
orquestra contra práticas de relacionamento da direção da casa, entre outras
questões.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Ou seja, não houve – pode-se dizer – uma gestão pautada no
equilíbrio e serenidade. Pelo contrário, as más noticias relativas aos
processos administrativos e artísticos sempre foram tônica constante. Até mesmo
questionáveis supostos padrões de qualidade, relativizados por elevados custos
de contratação e de produção.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Não faltaram, portanto, sinais públicos para que a Prefeitura implantasse mecanismos de controle sobre os contratos com terceiros e
sistemas de pagamento e de gestão. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Se é a OS quem paga, se o Diretor Artístico e equipe define
quem contratar e por quanto, como não podem estar todos estes arrolados nos
mesmo pacote de suspeitos, quando, como noticiado, segundo a Promotoria, “<span style="background: white;">existem provas do esquema fraudulento envolvendo a
contratação de artistas, que teria movimentado cerca de R$ 20 milhões”</span>? <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">É esperado que Controladoria Geral do </span><span style="line-height: 18.4px;">Município</span><span style="line-height: 115%;"> e o
Ministério Público Estadual, dois órgãos de sabida competência, apurem e deem
publicidade aos resultados obtidos, identificando os níveis de envolvimento
interno nos dois organismos, quais os produtores externos envolvidos e até onde
se estendem estas praticas.<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Num espectro mais largo, espera-se que se investiguem as
relações contratuais com agentes estrangeiros, como se deram e em que valores;
pela intangibilidade, como foram as contratações de serviços especificamente
nas áreas de cenografia, de figurinos, as locações de equipamentos; como estão sendo tratados os acervos de ópera, as produções em parceria ou doadas por teatros
estrangeiros, as locações de produções; a maneira como foram obtidas receitas
de bilheteria, vendas de programas, assinaturas, doações, locações para
eventos, seus mecanismos de controle e o destino dado a estes valores,
certamente expressivos, já que a própria administração sempre anunciou estarem
todas as apresentações lotadas; como se deram as captações de patrocínio face a
legislação vigente e, também nestes casos, como foram remunerados artistas,
técnicos, serviços, se houve duplicidade de pagamento de contratos comparados
aos orçamentos e projetos realizados. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Infelizmente, tudo isto é necessário para que não fiquem dúvidas sobre quaisquer pessoas que tenham trabalhado nesta atividade no TMSP e se dê um basta a qualquer especulação a respeito. </span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-11842634860130315872016-01-01T12:46:00.000-02:002016-01-01T12:46:02.634-02:00Diálogos Contemporâneos da Cultura (102)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-TqhdQlQlcTA/VoRaqbcmcoI/AAAAAAAABuA/xltTSNR9Sc8/s1600/mascara%2B8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-TqhdQlQlcTA/VoRaqbcmcoI/AAAAAAAABuA/xltTSNR9Sc8/s320/mascara%2B8.jpg" width="215" /></a></div>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: xx-small;"><i>Máscaras " A ópera em São Paulo hoje" </i>- por CP</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;">(*) extrato de Macbeth, de William Shakespeare, em tradução de Barbara Heliodora (<i>in memoriam</i>)</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Reflexões sobre as consequências e as inconsistências do que
representa a acusação de desfalque de R$18 ou R$20 milhões do orçamento do
Theatro Municipal amplamente difundida pelos veículos de comunicação em
reportagens recentes. Qual a sua origem, seu significado e efeitos na percepção
pública da nossa categoria? <o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Parte V<o:p></o:p></span></b><br />
<b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></b>
<b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Quanto mais a gente pensa... Vejamos tudo isto sob outro prisma.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Vinculada estatutariamente à Secretaria Municipal de Cultura,
a Fundação do Theatro Municipal é uma fundação de direito público administradora
de bens de sua propriedade e de recursos públicos, criada para realizar
políticas públicas para a Cidade de São Paulo. </span></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Foi um grande desafio para a Cultura em São Paulo a criação da Fundação na gestão do Secretário Carlos Augusto Calil, uma solução muito esperada e que se pretendia regularizasse o funcionamento do teatro, com a efetivação dos corpos artísticos, além de melhoria considerável nos processos de contratação, inclusive dando transparência aos procedimentos. Houve certa </span><span style="line-height: 18.4px;">reticencia quanto ao modelo de fundação ideal, de direito público ou privado, mas uma concordância geral com o ganho considerável a favor da ópera em qualquer dos casos. De fato, acho que a de direito público, como acabou acontecendo, seria um pouquinho mais complicada, porém longe de ser impeditiva de se fazer um bom trabalho no teatro. Haveria um degrau a mais de intermediação, mas absolutamente administrável e, conduzido o processo com seriedade e transparência, poderia ser muito saudável. O Calil conseguiu dar um passo fundamental para o futuro do teatro e isto é inegável. </span></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 18.4px;">Criada a Fundação, coube</span></span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 18.4px;"> ao governo seguinte a estruturação e dar prosseguimento ao processo de implantação.</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"> </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">A Fundação </span><span style="line-height: 18.4px;">constituída</span><span style="line-height: 115%;">, possui como equipamentos o
Theatro Municipal de São Paulo e a Praça das Artes, os corpos artísticos da
Sinfônica Municipal, o Coro Lírico, o Quarteto (de Cordas) da Cidade, o Balé da
Cidade, a Orquestra Experimental de Repertório e o Coral Paulistano Mário de
Andrade. A estes se acrescentem programas, a Escola de Música e a Escola de
Dança. Não podemos esquecer da Central Técnica que, teoricamente, deveria
construir e armazenar cenários e figurinos das produções do conjunto, uma atividade </span><span style="line-height: 18.4px;">dificílima e um delicado nó para o desejo de se fazer um teatro de repertório.</span></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">A Fundação põe em prática as politicas públicas de Cultura
nesta área com repasses de valores do orçamento municipal a ela destinados, para
uma Organização Social (OS) com quem mantem contrato de gestão aditáveis (conforme necessidades, aumentos de orçamento) para que de fato esta se tornasse a
responsável pelo pagamento de salários dos grupos artísticos, do diretor
artístico do teatro, custos de produção dos espetáculos, de programas específicos gerados pelos grupos artísticos, de serviços referentes à
estrutura dos equipamentos (prevenção de incêndio, limpeza, conservação e
outras). </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">A OS tem uma relação de subordinação contratual com a Fundação a quem
deve prestar contas. Mas, no espírito das próprias organizações sociais, ela
possui relativa autonomia para cumprir suas metas previstas em contrato e obter recursos adicionais de </span><span style="line-height: 18.4px;">patrocínios</span><span style="line-height: 115%;"> etc. </span></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">É na
OS onde são feitos os orçamentos e contratações definidos pela Direção
Artística e onde são mantidas as relações nacionais e internacionais com
artistas, técnicos, cenógrafos, figurinistas, agentes, produtores etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Pelo contrato de gestão, a Organização Social é
permissionária do uso e responsável pela administração e gestão do Theatro
Municipal e da Praça das Artes, bens cuja propriedade é da Fundação Theatro
Municipal de São Paulo. Uma tarefa nada simples como se vê. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; line-height: 115%;">Não devemos fazer julgamentos apressados, nem condenar
pessoas sem que lhes seja dado o direito de defesa. Históricos pessoais também precisam ser levados
em conta. Mas não é esquisito que nada tenha sido dito, de imediato, sobre a tal Organização
Social nestas informações que até agora vieram a público? Como os processos de
governança não conseguiram detectar os tais ilícitos anunciados? </span><o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-57680678221389644662015-12-31T09:27:00.002-02:002015-12-31T16:13:01.773-02:00Diálogos Contemporâneos da Cultura (101)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-jXXP8FjH4ic/VoLMgZ2p6QI/AAAAAAAABtg/MPfUvaoTRYY/s1600/mascara%2B7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-jXXP8FjH4ic/VoLMgZ2p6QI/AAAAAAAABtg/MPfUvaoTRYY/s320/mascara%2B7.jpg" width="217" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 14.85px; line-height: 20.79px;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: xx-small;">Máscara "A ópera em São Paulo hoje"- por CP</span></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 14.85px; line-height: 20.79px;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Reflexões sobre as consequências e as inconsistências do que
representa a acusação de desfalque de R$18 ou R$20 milhões do orçamento do
Theatro Municipal amplamente difundida pelos veículos de comunicação em
reportagens recentes. Qual a sua origem, seu significado e efeitos na percepção
pública da nossa categoria? <o:p></o:p></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Parte IV<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não quero passar dos limites, por que o exagero pode parecer
desrespeitoso, maledicência, pode ser traduzido por inveja ou corruptelas de
caráter que não me dizem respeito. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Mas, não passando dos limites, fica difícil acreditar que a ópera La Bohème, a ser reposta pelo teatro, venha a custar um milhão,
novecentos e oitenta reais, como divulgado pelos veículos de comunicação, mesmo com
moedas estrangeiras nas alturas.</span><span style="color: #1f497d; line-height: 115%;"> </span><span style="line-height: 115%;">Por que, se o cenário<span style="color: red;">*</span> já </span><span style="line-height: 18.4px;">construído</span><span style="line-height: 115%;">, </span></span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 18.4px;">restringe-se a um quadrado de uns 4m x 4m ou 16 m², </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">constituído</span><span style="color: #1f497d; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"> </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;">de
algumas peças de mobiliário, com um bonde cenográfico fixo em um dos atos, e
alguns elementos de cena e, portanto, com reduzido custo de reparos, se necessários? </span><b style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"><i>Com cenários prontos, com luz possível de ser
feita com os equipamentos que o teatro possui, com uma sonorização mínima,
com sistema de legendas já pago, sem qualquer dificuldade na caracterização,
com figurinos já executados, com eventualmente um ou outro ajuste realizado internamente, sem custo adicional de orquestra e de coro, sem necessidade de contratação com elenco nacional de excelente padrão, perfeitamente contratável, por que um valor tão elevado?</i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mesmo que justifiquem este orçamento, não é sadio para a atividade, não é
criativo, não é inteligente, não é aceitável à luz das próprias dificuldades
por que o teatro alegadamente passa.<b><i><o:p></o:p></i></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Um amigo, contador, com quem conversei, ponderou que “como contabilista, não tenho
por que, nem como julgar o interesse artístico, a qualidade – palavrinha abstrata
– de um trabalho deste, mas como deve ter pensado o Controlador do
Município, somando todos os números que se fala aqui e ali, a conta não bate.
Alguém tem que explicar isto”. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Vamos ao ponto. Voltemos ao contrassenso com que comecei esta
série de reflexões. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não é um absurdo, um total contrassenso, um abuso da nossa
capacidade de discernimento, que a Prefeitura venha a público dizer que só
acionou a Controladoria Municipal depois que o Diretor Artístico do teatro, um
empregado de altíssimo escalão, magnificamente remunerado para não criar nem levar problemas, comentou com o prefeito que havia algum problema na gestão? Soma-se
a isto a Prefeitura afirmar ter agido, somente após o pedido de demissão de
outro diretor quando este alegadamente disse ter saído por “<span style="background: white;">divergências pessoais, interferências
exteriores ou o embate entre visões distintas”</span>?<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Algo não bate, como diria meu amigo contador. </span><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: center;">
<i style="background-color: white; color: #333333; line-height: 20.79px;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;">(*) Quando vi o espetáculo, levei um susto quando a cortinas se abriram. Levei um cutucão "mediúnico" com a cenografia incrivelmente parecida com a que desenhei em 2010 para a produção de La Bohème na nossa Companhia itinerante. Por incrível que pareça, a mesma utilização do espaço delimitado por um quadrado, em medidas incrivelmente parecidas, com o mobiliário teatral utilizando os mesmos elementos que criei para nossa montagem. No nosso caso, um quadrado delimitador do espaço "não teatro" como desejei para o espetáculo. Sem pretender ser crítico, gosto mais da nossa encenação que, embora seja um texto "curto", possui uma dinâmica mais ao espírito da juventude com que vejo os personagens. Gosto também da maneira como os objetos de cena se transformam em outros numa dinâmica muito particular da nossa Companhia. Não sei quem criou o cenário da Bohème do Municipal e esta é uma demonstração de como uma boa ideia quando está no ar, pode ser utilizada por dois artistas que não se conhecem, mas que têm convergências criativas.</span></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-85104984297040910332015-12-30T12:06:00.000-02:002015-12-30T12:06:13.947-02:00Diálogos Contemporâneos da Cultura (100)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-ds0qI99EOyI/VoKy_sbjSYI/AAAAAAAABtM/xQmcbHHCjM0/s1600/mascara%2B6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-ds0qI99EOyI/VoKy_sbjSYI/AAAAAAAABtM/xQmcbHHCjM0/s320/mascara%2B6.jpg" width="224" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 14.85px; line-height: 20.79px;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: xx-small;">Máscara "A ópera em São Paulo hoje"- por CP</span></i></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Reflexões sobre as consequências e as inconsistências do que
representa a acusação de desfalque de R$18 ou R$20 milhões do orçamento do
Theatro Municipal amplamente difundida pelos veículos de comunicação em
reportagens recentes. Qual a sua origem, seu significado e efeitos na percepção
pública da nossa categoria?<span style="color: red;"> *</span><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Parte III<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">As atuais denúncias públicas de desvios de dinheiro feitas
pela<span style="background: white; color: #333333;"> Controladoria Geral do
Município e do Ministério Público Estadual são muito ruins para o Theatro
Municipal de São Paulo (TMSP). Como se trata de uma atividade realizada
coletivamente, não dá para imaginar que os supostos desvios sejam calculáveis
como probabilidade sujeita a variáveis aleatórias independentes, mas como
resultado de mecanismos interdependentes.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="background: white; color: #333333;"><br /></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="background: white; color: #333333; line-height: 115%;">Quem</span><span style="line-height: 115%;"> decide custos, negocia contratos, define
elenco com agentes e produtores, não participa, não sabe dos processos de
contratação como foi dito nos veículos de Comunicação? <span style="background: white; color: #333333;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Como assim? Um diretor artístico de qualquer teatro do mundo
tem a responsabilidade – a obrigação – sob pena de ser dito incompetente e
incapaz – de conhecer os custos que o teatro está pagando. Para isto, além das atribuições diretas, possui uma equipe que trabalhando sob normas, lhe oferece, na melhor dos modelos, alternativas confiáveis. É sua
responsabilidade decidir o que será feito e até dizer quanto está disposto a
pagar para ter este ou aquele resultado. Não se trabalha numa ilha criativa imaginando que tudo dá. É dá função trabalhar sob pressão de
custos, fazer mais com menos, planejar, desenvolver, criar, negociar. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E não atribuam incapacidade de gestão a<span style="color: #1f497d;"> </span>tamanho de ego. A ópera já teve, no passado, alguns poucos casos de
ególatras possessos que relativamente deram certo. Claro que isto, no passado. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não venham dizer que para fazer alguma coisa é preciso ser controverso, provocativo ou outros adjetivos desta
natureza. Para ficarmos apenas na ópera, se usarmos esses adjetivos para alguns
gestores, parodiando <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ariano_Suassuna" target="_blank">Suassuna</a>, que adjetivo usar para aqueles que realmente têm
feito a diferença nos seus teatros em outros países? Aqueles que além de provocação e controvérsia criativa, atuam com austeridade e rígido controle
orçamentário, em situações de crise econômica, social e politica e, produzindo
como nunca, sabendo que <b>ampliar a ação cultural é desejável e necessário quando
as ameaças à sociedade são visíveis. <o:p></o:p></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b><br /></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Temos que gritar no meio da arena: “Estamos no século 21”!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Como nos satisfazermos com um modelo que transforma um Teatro
Monumento em algo circunscrito a pouco mais que uma ou duas quadras no centro
da cidade, incapaz de ampliar suas possibilidades, de atender a missão de
Estado servidor que um equipamento desta dimensão possui? Não é disfarçando sua
ação com meia dúzia de bons cantores fazendo o melhor de si num terminal de
ônibus que se fará isto. Está errado. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">As matérias recentes, com anúncios de reduções e retomadas de
temporadas, com menções de orçamentos diferentes, com projeções de custos
inconsistentes entre si, não soam como algo sério, ou que deva ser levado a
sério. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não é possível imaginar que – transformados em fontes – os
jornalistas responsáveis pelas matérias publicadas até aqui não sejam sérios e capazes de reportar
corretamente o que ouviram. Estou com eles nisto e não acho aceitável que se atribua a especulação da mídia qualquer questão que contrarie os desejos pessoais dos envolvidos. Garanta-se sempre o direito de defesa - isto é inabalável, mas preserve-se a liberdade de investigação e de opinião, principalmente numa questão tão delicada e sensível para milhares de profissionais em todo o país. Ah, sim. A ópera possui no Brasil mais de 5.000 pessoas potencialmente envolvidas direta ou indiretamente na formação, criação e produção. É pouco. Por enquanto. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">O orçamento do TMSP divulgado gira em torno de </span><b style="line-height: 115%;">cento e tantos
milhões de reais</b><span style="line-height: 115%;">, um número que não é preciso e variou conforme o aumento da crise </span><span style="line-height: 18.4px;">econômica e alterações entre a expectativa x captação real de recursos via leis de incentivo</span><span style="line-height: 115%;">. Na última
versão, simultaneamente à venda de assinaturas, foi anunciado que a temporada
de 2016 terá apenas 3 novas produções de espetáculos e uma reposição. Para quem
não sabe, reposição é a retomada de uma produção pronta do passado e sua reapresentação
na nova temporada. Como em 2015, antes do comunicado do desfalque, houve
cancelamento de apresentações tendo problemas de orçamento como justificativa,
a situação é agora mais grave. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">(*) Quando comecei este blog há alguns anos, publiquei na apresentação que "<span style="background-color: white; line-height: 18.2px;">entre outras coisas, escrevo sobre Cultura. Sempre que possível, ponho em discussão temas gerais da atividade cultural, estimulando a discussão sobre a Cultura erudita e os mecanismos de alfabetização para as artes. O foco profissional é a Ópera, a Música Erudita, o Teatro e a Difusão Cultural. Acredito na convergência entre as artes, na independência de pensamento, no diálogo, na negociação franca, na liberdade de expressão, no Estado franqueando direitos sociais e políticos, no direito universal de escolha do cidadão e particularmente na decisão de quais artes são de seu interesse. Busco estabelecer parcerias com as mesmas sensibilidades. Sempre com Rosana Caramaschi, companheira inseparável e norte verdadeiro. Meu blog comemora Carlos Gomes sem o exagero do fã-clube, mas como referência da universalidade da cultura." </span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="background-color: white; line-height: 18.2px;">Não mudei a disposição original e, revendo algumas coisas escritas há tanto tempo, são raras as vezes que identifico coisas que mudaria se reescrevesse no mesmo contexto. Infelizmente, vários desabafos e "previsões" se concretizaram. Mas, tem sido um delicioso exercício, apesar de não haver tempo para a regularidade diária como gostaria. Gosto dos "Carlos Gomes no mapa do Brasil" e continuarão firmes. Já os "Dilemas" sempre foram as colunas mais representativas para mim. Chegamos ao número 100. À primeira série de 100. Espero fazer mais. Só lamento que o número 100 tenha sido motivado pelo epicentro de um problema tão grave. </span></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-4850449416664419672015-12-29T16:57:00.002-02:002015-12-29T17:10:24.462-02:00Dilemas Contemporâneos da Cultura (99)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-akExFVaRuEI/VoKzDn7DlfI/AAAAAAAABtQ/mMBP1Yq9u8A/s1600/mascara%2B5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-akExFVaRuEI/VoKzDn7DlfI/AAAAAAAABtQ/mMBP1Yq9u8A/s320/mascara%2B5.jpg" width="221" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<i style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 14.85px; line-height: 20.79px;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: xx-small;">Máscara "A ópera em São Paulo hoje"- por CP</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Reflexões sobre as consequências e as inconsistências do que
representa a acusação de desfalque de R$18 ou R$20 milhões do orçamento do
Theatro Municipal amplamente difundida pelos veículos de comunicação em
reportagens recentes. Qual a sua origem, seu significado e efeitos na percepção
pública da nossa categoria? <o:p></o:p></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Parte II<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Algo está insustentavelmente errado nas atividades naturais
do teatro. Quem acompanha o noticiário sabe que o TMSP (Theatro Municipal de São Paulo) tem sido permeado de denúncias
em frequência indesejável, sempre relacionadas às práticas da área artística no
relacionamento com artistas nacionais e estrangeiros, além de atritos no âmbito
interno do teatro. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Dada a dimensão do “estrago” </span></span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 18.4px;">(processos e protestos)</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 115%;"> ao longo deste período, não
pode ser esta a maneira correta de se relacionar com pessoas. Profissionais não
devem ser desqualificados, mas a eles dar-lhes luz. Não se pode construir Cultura
num ambiente de relacionamento tão desastradamente rudimentar e alicerçado na
superexposição deste ou daquele individuo. Isto não dá. Não pode ser assim. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Em mais de uma oportunidade fomos chamados de sociedade
provinciana , quando não há nada mais provinciano do que se dizer isto, do que
dizer-se belo quando estes juízos não são do sujeito, mas daqueles que o
observa. Não há prazer renitente em si próprio. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Chamar esta de sociedade
provinciana é um desatino. Mas, pensemos um pouco. Se há provincianismo num
determinado grupo e isto é ruim, não é exatamente o papel da Cultura fortalecer
os processos de criação do próprio grupo para combate-lo? Se não há
provincianismo e isto é bom, não é mesmo o papel da Cultura, ampliar e
favorecer os espaços criativos para que a arte se sobressaia?<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Esta é outra questão interessante. Nós, artistas que vivemos
do espetáculo, da criação e da realização de obras de arte, nesta manifestação
tão complexa que ora é vista como entretenimento, ora como reflexão identitária,
sabemos que <b><i>ópera é fruto de uma criação coletiva</i></b><i>. </i>Muito embora caiba a um diretor a criação conceitual o espetáculo,
e agir para que, do regente e elencos ao operador de luz, todos entendam e
trabalhem de forma sinérgica, também sabemos que o resultado final é derivado
da intervenção individual em associação coletiva. Se não for assim, não
acontece, não se aperfeiçoa, não há como desenvolver.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Esses fatos que ilustram o cenário do
TMSP, em atos intermitentes, culminando com as atuais
denúncias públicas de desvios de dinheiro feitas pela<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #333333;"> Controladoria Geral do Município e do Ministério Público
Estadual</span>, não pode ser assumida como uma sucessão de variáveis
aleatórias independentes, como adorariam teóricos como <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Abraham_de_Moivre" target="_blank">Moivre</a> ou <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_Simon_Laplace" target="_blank">Laplace</a> ou
seus sucessores <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Sergei_Natanovich_Bernstein" target="_blank">Bernstein</a>, <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Pafnuti_Tchebychev" target="_blank">Tchebyshev</a>,<a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Aleksandr_Lyapunov" target="_blank"> Lyapunov</a> e outros. </span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-32943680026141624662015-12-28T20:11:00.003-02:002015-12-28T20:11:27.546-02:00Dilemas Contemporâneos da Cultura (98)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-imJeuDvTd8E/VoGxxIivLYI/AAAAAAAABs4/QY8kwooddMM/s1600/m%25C3%25A1scara%2B4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-imJeuDvTd8E/VoGxxIivLYI/AAAAAAAABs4/QY8kwooddMM/s320/m%25C3%25A1scara%2B4.jpg" width="224" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;">Máscara "A ópera em São Paulo hoje"- por CP</span></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Reflexões sobre as consequências e as inconsistências do que
representa a acusação de desfalque de R$18 ou R$20 milhões do orçamento do
Theatro Municipal amplamente difundida pelos veículos de comunicação em
reportagens recentes. Qual a sua origem, seu significado e efeitos na percepção
pública da nossa categoria? <o:p></o:p></span></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Parte I<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sem dúvida, há um contrassenso nos perseguindo. <b><o:p></o:p></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nós diretores, regentes, cantores, músicos, atores,
bailarinos, cenógrafos, designers – artistas da ópera – deveríamos ir ao teatro
iluminados pela sóbria alegria do trabalho (expressão que tomo emprestada de
<a href="http://www.scielo.br/pdf/epsic/v13n2/06.pdf" target="_blank">Merleau-Pointy</a>). <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">No entanto, há três anos um sombrio desprazer nos envolve
quando se fala do Theatro Municipal de São Paulo. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Criadores foram sistematicamente afastados e as consequências
desta atitude não serão de fácil reparação<span style="color: #1f497d;">. </span>Instalou-se
um modelo em curso indesejado e perdulário.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sob uma retórica inaceitável alega-se: 1) A casa já possui
vários artistas nacionais; 2) Gera empregos com remuneração elevada; 3) O
presente organizou o passado (como se fosse desajustado); 4) Finalmente o pior:
justificam-se as ações em curso como uma promoção do denominado teatro a uma
maravilha mundial. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quanto aos empregos e artistas da casa, como se diz no
jargão, nada a subtrair. Afinal, é de se
esperar que assim seja num teatro que pretende ser capaz de traduzir em
conteúdo as expectativas culturais de uma sociedade que sequer sabe
concretamente o que lhes é de direito nesta matéria. Uma sociedade que entre
leigos e versados, laicos e devotos, muitas vezes se protege criando um
arrazoado de opiniões e princípios guindados à condição de absolutos, mas que,
no fundo, são resultado apenas da falta de referências em situações extremas
como as que acontecem neste horroroso momento histórico, do exercício de certo
olhar para si, para um pouco do que se faz “lá fora”, para seu entorno, para
sua cultura.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não se viabiliza nenhum processo cultural de fora para
dentro, pois afinal não é a Cultura a maneira de se trazer o diferente à luz?
Não é a Cultura a manifestação mais prudente das forças que compõem a memória,
a maneira de se perceber, a forma como se relacionam as pessoas na sua
comunidade, e por extensão na sociedade inteira? A mecânica natural do processo
de desenvolvimento Cultural não é tratar o externo como referência para se
proteger e se projetar o que é próprio?<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Pois bem. O incomodo e toda sua lista de sinônimos, o
desagradável, o embaraçoso, o constrangedor, o impróprio, o descabido, é
exatamente esta incapacidade de se produzir conteúdo, nesta visão estreita que
se recusa a compreender – a querer compreender – que tudo o que vem sendo feito
está errado, não interessa à Cultura Brasileira, não é a maneira adequada de se
conduzir artisticamente a ópera nesta cidade superlativa, não pode ser nesta relação
de custos, que algo está errado, algo está muito errado, algo está
insustentavelmente errado. </span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-36711338813666574622015-12-25T18:23:00.005-02:002015-12-25T18:23:58.017-02:00Dilemas Contemporâneos da Cultura (97)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-6HfHpqP3xAQ/Vn2lP1LhVEI/AAAAAAAABso/2p4rXSH0Wrc/s1600/M%25C3%25A1scaras%2B3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-6HfHpqP3xAQ/Vn2lP1LhVEI/AAAAAAAABso/2p4rXSH0Wrc/s320/M%25C3%25A1scaras%2B3.jpg" width="275" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">Mascaras "A ópera em São Paulo hoje"- por CP</span></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.32px; text-align: start;">Sabe quando você fica com uma coisa martelando na sua cabeça? Você ouve o Mahler inteiro e nada? Ouve três vezes a sexta sinfonia do Bruckner (edição de 1899) e a coisa fica ali tuc, tuc, tuc? </span><br style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.32px; text-align: start;" /><span style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.32px; text-align: start;">Como sempre faço quando algo incomoda, escrevi uma longa reflexão sobre as consequências e as inconsistências do que representa a acusação de desfalque de R$18 ou R$20 milhões do orçamento do Theatro Municipal amplamente difundida pelos veículos de comunicação em reportagens recentes e</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; line-height: 19.32px; text-align: start;"> quais os possíveis efeitos na percepção pública sobre a nossa categoria.<br />Sabemos que a maioria dos profissionais da área não possui qualquer envolvimento com estas denúncias, mas não podemos carregar o estigma de sermos criadores de um gênero caro, impagável, com estas fragilidades, quando sabemos que existem no Brasil todas as condições técnicas e criativas para se desenvolver a ópera de maneira saudável. Já demos provas disto várias vezes na história recente do gênero.<br />Que as atividades festivas e de confraternização deste final do ano sejam capazes de nos unir em pensamento para que a partir deste recomeço que será necessário, quaisquer que sejam os resultados, possamos seguir não cabisbaixos, entristecidos, mas firmes e fortalecidos.</span></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-8579956936616070942015-08-27T19:38:00.002-03:002015-12-15T18:07:04.927-02:00Carlos Gomes no mapa do Brasil (46)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-87IdKu7fHaY/Vd-P3tydWsI/AAAAAAAABoQ/BAJFSKsyHJs/s1600/Perpetual_help_original_icon%2B%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://3.bp.blogspot.com/-87IdKu7fHaY/Vd-P3tydWsI/AAAAAAAABoQ/BAJFSKsyHJs/s400/Perpetual_help_original_icon%2B%25281%2529.jpg" width="327" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: xx-small;">Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - ícone de autoria desconhecida.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Os ícones são interessantes. A palavra e significado vêm do
grego. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Em 330 d.C., o imperador Constantino fundou...
Constantinopla e todo o Império Romano do Oriente. Em decorrência de guerras
entre romanos e os povos bárbaros, e problemas no senado, a capital romana foi
transferida para Constantinopla.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Bizâncio era uma colônia grega no antigo estreito de Bósforo
e por esta localização privilegiada acabou sofrendo influências das culturas
grega, oriental e romana. Com a derrota dos romanos pelos bárbaros, o Império
Romano ficou circunscrito ao Oriente e mais conhecido sob o nome de Império
Bizantino. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Esta mistura de culturas deu origem a uma arte religiosa singular
caracterizada por motivos que contam passagens bíblicas e representações. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O Império Bizantino teve seu auge entre 527 d.C. e 565 d.C. ,
passando em seguida por um período denominado iconoclasta, caracterizado por
conflitos entre imperadores e religiosos e a consequente destruição de imagens
entre outros aspectos. Posteriormente, a arte Bizantina passa por uma Era de
Ouro que dura até 1.400 d.C., quando os turcos conquistam o Império. No entanto, as influências do Império
Bizantino se estendem até a Rússia deixando o imenso legado da arte e da
religião cristã ortodoxa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Neste contexto, os ícones tiveram presença relevante,
criando um tipo de arte singular, aplicada em madeira ou placas de metal, com
aplicações de mosaicos, pintura, pedrarias entre outros elementos. Os artistas possuíam
uma preparação técnica e religiosa para realizarem estes trabalhos e em alguns países
do leste europeu, ainda hoje, autores de réplicas tem chancela de
reconhecimento técnico como “selos de origem”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Para se ter uma ideia, o ícone que ilustra este post é
cercado de curiosidades. Nossa Senhora
do Perpétuo Socorro é um dos muitos títulos concedidos a Maria, mãe de Jesus,
no cristianismo. Na Igreja Ortodoxa ela é a Mãe da Paixão, a Mãe de Deus da
Paixão ou a Virgem da Paixão. Outros títulos também são atribuídos a esta representação:
Mãe dos Missionários Redentoristas, Madona de Ouro, Mãe dos Lares Católicos
entre outros. Atribui-se ao pintor grego Andreas Ritzos a criação deste ícone,
multiplicado em centenas de exemplares espalhados em diversos museus e
residências. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O ícone da Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é recheado de
representações. A imagem é de o Menino - representação de Jesus, assustado com uma sandália pendurada
por fio. Ela sai do seu pé, quando ele, em fuga, por causa da aparição dos
arcanjos Gabriel e Miguel segurando símbolos da paixão. Segundo uma leitura possível a sandália pendurada é um símbolo que relembra a fé necessária em momentos de crise, em que mesmo um pequeno fio une o crente à salvação. O Menino se aninha nos
braços da mãe. A mão esquerda o protege como é esperado da Mãe e a mão direita dela cumpre duas funções: a primeira, a clássica em que a Madona olha quem observa o
quadro e indica o Menino como sendo ele o caminho simbólico e, a segunda, a mão
em que se pode confiar tanto quanto o Menino a pega com as duas mãos. O anjo
Gabriel reconhecido por representações gráficas carrega uma cruz e Miguel
outros instrumentos do suplicio da paixão de Cristo tais como a lança e a cana com
a esponja embebida em vinagre e fel, como indica a Bíblia em<i> João 19:29.</i> Há quem descreva os lábios cerrados da Madona
como uma representação de sua discrição, do seu silêncio. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A história deste ícone é impressionante, desde que foi
furtado na Grécia e...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Bem, tudo isto pode ser visto e aprendido em São João da Boa Vista, onde
um exemplar do ícone pode ser visto numa moldura de vidro no altar da igreja de
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Para chegar lá, é fácil. Basta ir até o final da <a href="https://www.google.com.br/maps/dir/-21.9766695,-46.7944873/R.+Carlos+Gomes,+30+-+Centro,+S%C3%A3o+Jo%C3%A3o+da+Boa+Vista+-+SP,+13870-239/@-21.9766792,-46.7943918,17z/data=!4m9!4m8!1m0!1m5!1m1!1s0x94c9cb720f6c04f7:0xdb4c587907925396!2m2!1d-46.7957429!2d-21.9773089!3e2" target="_blank">Rua Carlos Gomes</a> onde ela encontra com a Rua São Geraldo. Há um muro comprido na Rua São
Geraldo que não impede a visão da Igreja. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Outra alternativa é ir ao belíssimo <a href="https://www.google.com.br/maps/dir/Teatro+Municipal+-+Centro,+S%C3%A3o+Jo%C3%A3o+da+Boa+Vista+-+SP/-21.9696467,-46.7987502/R.+Get%C3%BAlio+Vargas+-+Centro,+S%C3%A3o+Jo%C3%A3o+da+Boa+Vista+-+SP,+13870-100/R.+Pereira+Machado+-+Centro,+S%C3%A3o+Jo%C3%A3o+da+Boa+Vista+-+SP,+13870-241/R.+Carlos+Gomes,+30+-+Centro,+S%C3%A3o+Jo%C3%A3o+da+Boa+Vista+-+SP,+13870-239/-21.9766744,-46.7944394/@-21.9750938,-46.7983712,16.75z/data=!3m2!4b1!5s0x94ce5853d0c2ef93:0xe2320e122bbe8813!4m28!4m27!1m5!1m1!1s0x94c9cb6459334be3:0x3513aedba1d7d954!2m2!1d-46.7988565!2d-21.9696289!1m0!1m5!1m1!1s0x94c9cb6fd907f797:0x2f5c1a78ae3e2079!2m2!1d-46.7961235!2d-21.973678!1m5!1m1!1s0x94c9cb6e0d92f0d5:0xd781043132d0986c!2m2!1d-46.7972152!2d-21.9765893!1m5!1m1!1s0x94c9cb720f6c04f7:0xdb4c587907925396!2m2!1d-46.7957429!2d-21.9773089!1m0!3e2" target="_blank">Theatro Municipal de SãoJoão da Boa Vista</a>, na praça da Catedral s/n. O passeio é divertido. Após
visitar o teatro, <a href="https://www.google.com.br/maps/dir/Teatro+Municipal+-+Centro,+S%C3%A3o+Jo%C3%A3o+da+Boa+Vista+-+SP/-21.9696467,-46.7987502/R.+Get%C3%BAlio+Vargas+-+Centro,+S%C3%A3o+Jo%C3%A3o+da+Boa+Vista+-+SP,+13870-100/R.+Pereira+Machado+-+Centro,+S%C3%A3o+Jo%C3%A3o+da+Boa+Vista+-+SP,+13870-241/R.+Carlos+Gomes,+30+-+Centro,+S%C3%A3o+Jo%C3%A3o+da+Boa+Vista+-+SP,+13870-239/-21.9766744,-46.7944394/@-21.9750938,-46.7983712,16.75z/data=!3m2!4b1!5s0x94ce5853d0c2ef93:0xe2320e122bbe8813!4m28!4m27!1m5!1m1!1s0x94c9cb6459334be3:0x3513aedba1d7d954!2m2!1d-46.7988565!2d-21.9696289!1m0!1m5!1m1!1s0x94c9cb6fd907f797:0x2f5c1a78ae3e2079!2m2!1d-46.7961235!2d-21.973678!1m5!1m1!1s0x94c9cb6e0d92f0d5:0xd781043132d0986c!2m2!1d-46.7972152!2d-21.9765893!1m5!1m1!1s0x94c9cb720f6c04f7:0xdb4c587907925396!2m2!1d-46.7957429!2d-21.9773089!1m0!3e2" target="_blank">atravessa-se a praça, entra-sena Catedral, depois à direita pega-se a Avenida Getúlio Vargas e segue-se porela até achar a Rua Carlos Gomes</a>*. Entra-se á esquerda na São Geraldo e <i>voilá!</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A dica é ir a São João da Boa Vista na próxima terça feira,
dia <i>1 de Setembro de 201</i>5, quando a Companhia de Ópera Curta, abre a Semana
Guiomar Novaes, às 20:00. É bom chegar cedo para garantir os ingressos e
aproveitar para rever Carlos Gomes, ainda que no mapa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: x-small;">(*) sem qualquer intenção de trocadilho, use o <i>ícone </i>do "bonequinho" no mapa e arraste-o até a frente da Igreja. Você poderá ver, de um lado a Praça do Santuário e de outro a própria Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Bom passeio.</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-88102723867507257812015-08-14T12:45:00.000-03:002015-08-14T12:48:17.841-03:00Dilemas Contemporâneos da Cultura (96)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-4thr45Sz4y4/VczCP3jQvZI/AAAAAAAABmA/f5ii4UD6gFU/s1600/Tarciso%2BMeira%2B-%2BGal%2BOppido.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-4thr45Sz4y4/VczCP3jQvZI/AAAAAAAABmA/f5ii4UD6gFU/s320/Tarciso%2BMeira%2B-%2BGal%2BOppido.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;">Tarcísio Meira em foto de <a href="http://www.galoppido.com.br/" target="_blank">Gal Oppido</a></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nos "Dilemas...(95)" encerrei sugerindo no texto as várias formas de provocação. De origem latina, a provocação se transforma conforme sua natureza: se ato, palavra ou efeito. Pode ser uma atitude desrespeitosa e, por decorrência, vista como insulto ou ofensa. Ainda no âmbito das atitudes, pode parecer petulância, atrevimento, se usada como forma de irreverência. Pode ser uma simples tentativa de chamar a atenção, de provocar uma reação de rejeição ou afeto e todos os antagonismos relativos, inclusive aqueles de natureza sexual. Colocada em contextos específicos, provocar também pode sugerir um chamamento à briga, um desafio. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Natureza complexa a desta palavrinha, não é? Coisa para os linguistas ampliarem um pouco mais. Eu cá limito-me a estas considerações - reflexões, melhor dizendo - sem tirar qualquer proveito dela que não seja evitar o uso desta atitude sugerida, pois corre-se o risco de se errar feio se não nos ativermos naquele simples objetivo de levar alguém a perceber alguma coisa que valha a pena ser vista. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Considerando a gama de possibilidades que a palavra - o verbo - apresenta, melhor é, parece-me, considerar a hipótese de <i>provocar</i> como algo a ser mantido à distância para não se correr o risco de contaminação e transformar o que poderia ser um gesto eventual em vício.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Você talvez esteja se perguntando aonde quero chegar com isto. A pretensão é simples. Como sempre, procuro refletir acerca do fazer artístico. Acho admissível, por exemplo, que o artista use a sua forma de expressão para provocar seu espectador, seja para induzir a um estado de alma, uma perplexidade, ao êxtase, até mesmo à repulsa. Isto me parece natural da arte e é um dos aspectos que torna a arte legítima. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Vejamos a foto que abre este post, por exemplo.<a href="http://www.galoppido.com.br/" target="_blank"> Gal Oppido</a>* fez a foto. A despeito da absurda qualidade do trabalho, o motivo também surpreende: o ator <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Tarc%C3%ADsio_Meira" target="_blank">Tarcísio Meira</a>** com sua personalidade exposta em todas as marcas do rosto. Duas formas de expressão e dois artistas em harmonia, garantindo ao observador várias "leituras" da mesma fotografia.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Observe o trabalho abaixo do mesmo artista:</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-hHLUaZl1R0M/VczIZSnHZHI/AAAAAAAABmM/nZsdOKYs6bg/s1600/gal%2Boppido%2BPra%25C3%25A7a%2BRoosevelt%2Ba%2Bpartir%2Bda%2BSP%2BEscola%2Bde%2BTeatro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-hHLUaZl1R0M/VczIZSnHZHI/AAAAAAAABmM/nZsdOKYs6bg/s400/gal%2Boppido%2BPra%25C3%25A7a%2BRoosevelt%2Ba%2Bpartir%2Bda%2BSP%2BEscola%2Bde%2BTeatro.jpg" width="300" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;">Vista da Praça Roosevelt em São Paulo, a partir da SP Escola de Teatro - por <a href="http://www.galoppido.com.br/" target="_blank">Gal Oppido</a></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">São tantos elementos inseridos nesta visão singular já a partir do título que, revelado o autor, estamos certos de termos ao nosso alcance a obra de um artista reconhecido como poucos. </span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Mas o importante desta reflexão é que, além do objeto cultuado, há o reconhecimento, a legitimidade de quem o produziu conquistada a duras penas, através de muitos anos de dedicação, do cumprimento de todos os ritos que asseguraram a exposição deste talento e a oferta do seus resultados a todos que tiverem acesso à sua arte.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Para não ficarmos somente na visão deste autor, vale como citação "Todo o complexo que comporta
a produção, a difusão e a recepção das obras de arte por parte de um público
colabora na determinação, enfim, da legitimidade de uma dada produção (material
e/ou conceitual) como arte. Detalhes minuciosos, por vezes quase invisíveis estão neste tipo de validação " (</span><a href="http://www.poshistoria.ufpr.br/prof_rosane.html" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;" target="_blank">Rosane Kaminski</a>). <span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Muito embora o sistema de circulação de bens culturais seja relativamente autônomo, há uma relação direta entre ele e os sistemas de produção. Isto é fácil de entender quando se percebe que a validação da arte se dá a partir da relação entre artistas e outros artistas com a intervenção de outros agentes e da relação com outras obras consagradas pela história da arte. Ratificando este pensamento com a mesma autora citada, "por um lado, há o olhar do teórico especialista
em arte, capaz de detectar nas obras os elementos formais e temáticos coerentes
com as poéticas do seu tempo. Enquanto estes teóricos desempenham a função de
críticos ou mesmo de curadores, por outro lado se destaca também a atuação do
historiador, cujo trabalho de documentação e análise colabora para preservar a
memória e o sentido de patrimônio artístico dentro do grupo social". </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ainda que se possa temer a dependência da produção artística e o temor desta dependência dos sistemas de mecenato e patrocínio como cita <a href="http://www.bourdieu.com.br/" target="_blank">Pierre Bourdieu</a>, não podemos conferir aos apoiadores, mecenas e patrocinadores a instância com poder exclusivo para legitimar a arte de determinado grupo, artista ou sistema de produção. Cabe a eles incentivar, estimular, propor a avaliação, auxiliar os processos de exposição, sem intervenção direta na produção artística em si. Se isto couber ao poder público, a seus gestores cabe a ação nos limites da sua competência de fomento, difusão ou formação de artistas, sendo esperado nestas relações, a adoção de princípios éticos e respeito aos mecanismos que reconhecem os artistas legitimados na forma de expressão artística requerida. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Isto significa que não cabe diretamente ao poder público legitimar artistas, mas reconhecer em cada forma de expressão aqueles que reconhecidamente têm notória especialização em cada área e, caso a caso, integrar a rede de suporte às artes.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ao artista, por sua vez, tendo interesse em difundir-se numa vertente de sua vocação e escolha,deve procurar desenvolver seu trabalho, obedecidas as "liturgias" ou subvertendo-as para tornar-se reconhecido e apoiado pelos agentes, curadores, críticos, historiadores etc. Lembremos sempre que as motivações internas do próprio meio artístico e da transformação da arte e sua produção é que consolidarão o que de fato permanece como instancias legítimas na história da arte.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tudo isto, pode ser amarrado com uma situação recente no universo da ópera no Brasil. O mundialmente reconhecido diretor de cinema <a href="http://o2filmes.com.br/diretores/fernando_meirelles" target="_blank">Fernando Meirelles </a>dirigirá uma ópera. Após declarar que não conhece a linguagem, resumiu a inesperada situação como "<span style="background-color: white; line-height: 18.2000007629395px;"> </span><span style="background-color: white; line-height: 18.2000007629395px;">Um convite feito por engano. Aceitei por irresponsabilidade", e mais, diz ainda </span></span><a href="http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2015/08/fernando-meirelles-dirige-opera-no-pa-e-revela-desconhecer-o-genero.html" style="background: rgb(255, 255, 255); letter-spacing: -0.30239999294281px; line-height: 21.923999786377px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;"><span style="color: black; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“Nunca gostei de óperas. Conheço algumas árias famosas, mas só assisti a cinco montagens na vida”</span></a><span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 18.2000007629395px;">. Tirados os efeitos e, vá lá, o humor das frases (e o <i>habeas corpus</i> preventivo implícito), o que sobra de fato é a expectativa de que faça um bom trabalho e que sua investida no gênero deixe algum residual. Pode ser até que tudo faça parte de um jogo de cena desnecessário e que tudo isto esteja atrelado à intensa divulgação resultante. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Por outro lado, não se pode atribuir ao cineasta a responsabilidade pela escolha do seu nome. Ele não se colocou à disposição do espetáculo e, tendo sido convidado, certamente viu ali um desafio a resolver e a perspectiva de colocar nos cinemas - sua tribuna conveniente - a sua versão da obra que lhe foi oferecida. Ao ofertar esta visão e possibilidade, atribuindo valor ao resultado cinematográfico, cumprindo os rituais de direitos de intérprete a cantores e músicos e todas as etapas para que se tenha acesso à obra, é possível até que se reconheça aí no futuro alguma contribuição à ópera.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Esta movimentação toda não agradou algumas pessoas que atuam na ópera inclusive levando a manifestações nas redes sociais contrárias à admissão de um neófito auto declarado sem qualquer ligação ou interesse neste tipo de teatro. Esta rejeição a Meirelles à frente de um novo espetáculo se deu muito mais pelo teor das entrevistas e por um grupo relativamente fechado. Possível discussão longa esta, já que vários cineastas internacionais bem sucedidos já se dedicaram à ópera com excelentes resultados e cumprindo os ritos de legitimação usuais. Mesmo no Brasil, em outros momentos, vários diretores já passaram pela ópera, com maior ou menor aceitação e quase sempre sem qualquer reclamação direta, quando muito observações veladas por um ou outro trabalho mal sucedido, pela imperícia na direção de cantores e de coro ou coisas parecidas. Também são notórios diretores de teatro e ópera que se inseriram naturalmente no cinema e televisão, caminho que me parece até mais natural e seguro dadas as especificidades e dificuldades do teatro e da ópera. </span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Finalmente, para o público em geral, me parece, este não é um tema que o motive. As plateias não são sensíveis a estes bastidores, parece-me. Talvez os puristas torçam o nariz para uma ou outra coisa no processo.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Certamente a questão toda não está no diretor em si, mas, por tudo isto que expus acima, pela natureza e origem do convite que foi feito, pelo difícil momento desfavorável para os criadores brasileiros na área e - não se pode ignorar isto - certo desprezo ou deboche que transpareceu na comunicação do novo trabalho. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não é fácil olhar a Cultura sob o ponto de vista do último segundo. Sempre a história. A história é que nos dará ou não razão. Felizmente.</span><br />
<br />
<br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">* <a href="http://www.galoppido.com.br/" target="_blank">Gal Oppido</a> é fotógrafo, arquiteto, músico e desenhista brasileiro.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">** <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Tarc%C3%ADsio_Meira" target="_blank">Tarcísio Meira</a> é ator de teatro, cinema e televisão brasileiro. Vale a pena também conhecer o<a href="http://tarcisiomeiraegloriamenezes.blogspot.com.br/" target="_blank"> blog dedicado a ele</a>.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-44080822502155779742015-08-11T21:08:00.005-03:002015-08-12T18:27:25.172-03:00Dilemas Contemporâneos da Cultura (95)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-2pf8MWMdrK0/Va6nbaGyVaI/AAAAAAAABi8/hh1a-mupCe0/s1600/Einstein%2BMarilyn.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="293" src="http://3.bp.blogspot.com/-2pf8MWMdrK0/Va6nbaGyVaI/AAAAAAAABi8/hh1a-mupCe0/s400/Einstein%2BMarilyn.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;">Einstein e Marilyn Monroe - cor digital e montagem Montagem Vírgula</span></div>
<h2>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;">Debate recente põe em pauta a necessidade de se preparar professores generalistas (os que dão aula no ensino fundamental de todas as matérias, normalmente formados em pedagogia). O raciocínio, pertinente, é que se um médico passa por estágios de aprendizado para se tornar um especialista, inclusive em clínica geral, estamos longe de oferecer aos nossos professores a oportunidade de se especializarem para o exercício de sua atividade. Confesso que não reúno conhecimentos suficientes nesta matéria e, apesar disto, aqui estou dando um pitaco neste tema. </span></span></span></h2>
<h2>
<span style="font-size: small; font-weight: normal;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Somos assim. Os meios eletrônicos reúnem (desunem) para o bem e para o mal comentaristas em todas as áreas.</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Para evitar isto, tento não fugir do que me diz respeito.</span></span></h2>
<h2>
<span style="font-size: small; font-weight: normal;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Na Cultura, precisamos preparar gestores e isto sem qualquer comparação com os médicos ou mesmo com os professores. Não se trata simplesmente de termos pessoas com boa formação (jornalistas, pedagogos, historiadores, músicos, atores, diretores, sociólogos, cineastas etc.) ocupando cargos públicos, mas, independente da origem, profissionais preparados para colocar em prática modelos de gestão inéditos ou não.</span></span></h2>
<div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Vamos refletir um pouco. Quanto mais próximos do topo, mais os cargos públicos são indicações políticas. Há, portanto, um componente de militância ideológica que é inseparável da natureza do cargo. Isto certamente provoca uma reação em cadeia a definir políticas e modelo de gestão. Nesta ótica, há muito a se ponderar sobre as diferenças regionais, sobre as formas de produção, formação técnica e artística e uma série de indicadores que podem determinar o grau de dificuldade que determinadas sociedades oferecem para a verdadeira apropriação da ação cultural pelos cidadãos. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br />
Como reagir a situações em que decisões de cunho absolutamente pessoal interferem no que será oferecido à população? Afinal dirigentes não são autômatos e assumiram seus cargos com a missão de cumprir papéis que são esperados no poder público. O desafio é como estabelecer o equilíbrio entre programas e níveis de investimento em cada um deles. Assim colocado, parece uma afirmação fluida, sem maiores consequências que o seu conteúdo de leitura direta em si. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br />
Quero explorar isto um pouco mais. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br />
O que motiva as decisões tem relação obvia com a formação de cada gestor. Se no entanto, aos atributos do cargo não estiver somada ampla formação e domínio das questões que norteiam o universo contemporâneo da Cultura, teremos resultados aquém do que determinada sociedade poderia obter. Como resumo até aqui, pode-se afirmar que é urgente que se formem gestores e é também papel do Estado, dos partidos, investir nestes mecanismos de aperfeiçoamento no âmbito de seus interesses específicos, lembrando que ao Estado cabe aperfeiçoar servidores de qualquer cor política, digamos assim. E aos partidos preparar quadros que os representem quando a serviço do Estado. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br />
Trazendo o tema para nossa área foco, se pensarmos de maneira sistêmica, podemos imaginar que o reconhecimento da natureza da produção cultural (acadêmica e popular), dos artistas e grupos envolvidos, da capacidade técnica de realização, dos bens de valor daquela sociedade sejam de caráter material ou imaterial e das relações entre as forças sociais, é fundamental para um ponto de partida facilitador para a inovação.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br />
Esta é a chave concreta. O Futuro não será como era antes* e práticas inovadoras são desejáveis. Se hoje falamos em economia criativa e em inovação, não é por acaso. Trata-se de um imperativo desta nova condição de prepararmos um futuro sabido, numa era em que as incertezas estarão colocadas de forma esmagadora e não se admitirão experimentações com a natureza humana sob o risco de seu extermínio, sem qualquer exagero retórico. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br />
O fracasso dos sistemas elevam as desigualdades, os extremos de miséria, a falta de acesso a mecanismos de justiça social e a altíssimos níveis de degradação ambiental com toda a sorte de ameaças letais para a humanidade. Some-se a isto a intolerância, a falta de aceitação do diferente e níveis de insatisfação crescentes.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br />
Tal qual a foto colorida com tecnologia digital que ilustra este texto, é bom podermos olhar as mesmas coisas sob outros pontos de vista e com outros elementos que provoquem as nossas capacidades de abstrair. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br />
Estas provocações são necessárias e auxiliam nossa reflexão. Há limites para a provocação, entretanto. Provocação não é brincadeira com as percepções sociais, por exemplo.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br />
Continuarei no tema amanhã.</span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">* </span><a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/paul-valery.jhtm" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;" target="_blank"><span style="font-size: xx-small;">Paul Valéry</span></a><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-88923871661650129072015-08-06T17:51:00.001-03:002015-08-06T18:33:14.235-03:00Dilemas Contemporâneos da Cultura (94)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-NKlIM06kPnA/VcN0N6dB_PI/AAAAAAAABkk/Tc7AcaSVi4M/s1600/Gen.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="295" src="http://3.bp.blogspot.com/-NKlIM06kPnA/VcN0N6dB_PI/AAAAAAAABkk/Tc7AcaSVi4M/s400/Gen.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;">Detalhe do mangá Gen -Pés descalços - de Keiji Nakazawa</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Hoje, 6 de Agosto de 2015, comemoramos 70 anos do lançamento da Bomba em Hiroshima. Apesar da forte presença japonesa no Brasil e das nossas relações com a cultura norte americana, pouco se falou a respeito desta triste história.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O mangá Gen - Pés Descalços narrando os dias seguintes à bomba e, através da saga dos sobreviventes de uma família, a história de milhares, já possui centenas de edições, milhões de exemplares em todo o mundo e, entre nós, várias versões de formatos impressos. Gen inspirou inclusive a composição de uma ópera. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Desde que conheci a primeira publicação (em 4 volumes) me apaixonei pela história, e, reconhecendo o altíssimo teor dramático, identifiquei ali um conteúdo próprio para o teatro e, claro, para a ópera. Quase que ao mesmo tempo, soube numa nota que Gen inspirara filmes, programas de televisão e - pasmem - uma ópera. Durante 16 anos, busquei as partituras sem sucesso. Sempre comentei com pessoas próximas que isto precisa ser olhado, ser encenado, que o teatro precisa dar uma resposta a esta ameaça absurda. Finalmente, em 2014, com a ajuda de uma amiga (*) consegui finalmente "falar" com o compositor Hiroshi Hoshina que, simpático, me enviou as partituras da ópera (criada em 1981, com libreto de Takanori Shimizu) e uma cópia da versão encenada da ópera. O maestro Hiroshi se dispôs a auxiliar no que fosse necessário para materializar o projeto de encenar Gen no Brasil, mas, apesar dos esforços de dois ou três anjos da guarda, não foi ainda desta vez que veremos este título por aqui, por exemplo com cantoras como Eiko Senda e Massami Ganev - naturais participantes pela origem e pela excelência vocal - entre outros tantos cantores brasileiros que poderiam compor este elenco. Talvez num futuro próximo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">As reflexões sobre este triste episódio da história humana não pararam por aqui, entretanto (nem mesmo o desejo de montar a ópera). </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Precisamos ter a consciência da necessidade de paz. O mundo precisa de paz. Precisamos traçar caminhos com urgência para evitar que estes absurdos aconteçam novamente. Se olharmos tudo o que aconteceu até aqui e a força com que os regimes totalitários proliferaram no século XX, não podemos descansar. Bastaram 45 segundos entre apertar um botão e exterminar, de imediato, 80.000 pessoas, alguns simplesmente evaporados pela força aterradora do artefato. Mais de 150.000 morreram nos dias que se seguiram. Milhares sucumbindo pela dor, com sede, fome, com as peles se soltando do corpo, vagando ensanguentados pelas ruínas da cidade. Até hoje não se sabe ao certo quais os efeitos reais naquela população e os números, absurdos em si, variam para outros números ainda mais absurdos. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A bomba, com cerca de 60 quilos de urânio, recebeu o carinhoso apelido de Little Boy. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">No dia 9 de Agosto de 1945, era jogada a segunda bomba. Desta vez, com plutônio e com o nome de código Fat Man. Era para ser Kokura, mas detalhes técnicos, anteciparam a ação para a cidade de Nagazaki. Daqui há três dias, os japoneses também chorarão os mortos de Nagazaki. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Foi realmente necessário? Os equívocos de ambas as partes levaram a um resultado que melhorou a humanidade? Ou passamos a viver (conviver) com este monstro terrível que cumpre qualquer ordem e mata milhões com o dedo indicador? Que pessoas são essas que tiram vidas com um estalar de dedos? Qual o sentido de tudo isto?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A arte precisa refletir sobre este estado de coisas e, no Brasil, é necessário que estas discussões façam parte das agendas, mesmo porque sem exercitarmos esta, como conseguiremos ampliar a nossa autocrítica aos nossos próprios equívocos?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">(*) mantenho-a incógnita por respeito à sua privacidade.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-64087536055100754892014-11-08T17:19:00.002-02:002014-11-08T17:19:26.620-02:00'X (2)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-8BtyaJhgX0k/VF5sdzcTE2I/AAAAAAAABNo/3wn5Y3DO7R0/s1600/miriam-pare12.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-8BtyaJhgX0k/VF5sdzcTE2I/AAAAAAAABNo/3wn5Y3DO7R0/s1600/miriam-pare12.jpg" height="400" width="296" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="https://www.facebook.com/pages/Mariam-Par%C3%A9-Art-and-Design/147386811968716" target="_blank"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">by Marian Paré</span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b>Cover</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 200%;">“Guto, de quê é a sua parte?”, gritou
ela. “Ô, meu saco, estou lá preocupado com a minha parte?”, pensou ele.
“Qualquer coisa...”, disse. “Não senhor, escolhe”, gritou ela de novo. “</span><i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 200%;">Pizza</i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 200%;">
é </span><i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 200%;">pizza</i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 200%;">. Serve qualquer coisa”, tentou. “Você diz isso toda vez. A minha
é de </span><i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 200%;">margherita</i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 200%;"> e você gosta de calabresa. Sempre reclama”, insistiu
ela. “Meu bem, escolhe o que você quiser. Preciso publicar estas coisas no meu </span><i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 200%;">blog</i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 200%;">
e...” Ela não deixou que terminasse a frase, completando: “... e você me
interrompe uma hora com </span><i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 200%;">pizza</i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 200%;">, outra com aquilo ou não sei o quê... Tudo
bem” – complementou, falando ao telefone – “... manda uma </span><i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 200%;">margherita </i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 200%;">grande”,
concluiu. “Dá para pedir meia portuguesa?”, gritou ele. Ela riu dando de
ombros, repetiu o pedido e foi ver o resto da novela, exatamente na hora em que,
pela centésima vez na semana, a gostosa histriônica, como Augusto sempre dizia,
recusando-se a lembrar o nome da atriz, mostrava as coxas estonteantes ao subir
os degraus da residência de sua tia malvada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“Esta mulher é uma delícia, cara”,
comentou enquanto girava a embalagem vazia na mão esquerda. “Chegou a tua, Kid.
Solta o gás que tem mais doze na espera”, gritaram do balcão. “Moleza: uma <i>margherita</i>
com portuguesa, sem refri, dinheiro trocado, uns dois reais de caixinha completando
os vinte que vou juntar hoje, pouco menos de dois quilômetros, uma roda lá,
outra cá.” Colocou a redonda embalada em caixinha de papelão na embalagem
térmica, com o vale-<i>pizza</i> a cada dez na parte de cima. Checou a comanda
com o endereço, ligou a moto – a melhor coisa que fez foi investir no novo
modelo 2014-2015, com partida elétrica, em trinta e seis parcelas e seguro
total –, pisou leve com o pé esquerdo na alavanca de câmbio, soltando a embreagem
com a mão direita e, acelerando devagar, partiu, mudando rapidamente para
segunda, terceira, sem balançar muito – ninguém gosta de <i>pizza</i> misturada.
Virou à direita na Plínio Sampaio, torcendo para voltar em menos de dez minutos.
Chegou fácil na rua. Já estivera lá mais de uma vez, inclusive naquele endereço – não era lá que tinha a branquinha de
camiseta e peitinho duro? Apesar de escura, era uma rua simpática, de mão
dupla, com alguns carros estacionados aqui e ali, muitos sobradinhos de parede
e meia, além de algumas poucas casas térreas. A de hoje era uma dessas com
portão eletrônico, número de cerâmica e campainha barulhenta, sem cachorro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“E a <i>pizza</i>?”, perguntou. “Já
deve estar chegando”, comentou ela sem muita convicção. “Espero que chegue
logo”, disse. “Você está com fome?”, perguntou. “Não. Só quero me livrar logo”,
respondeu Guto. “Credo, por que você fala desse jeito?”, disse ela fazendo cara
de nojo. “Que é que tem? <i>Pizza</i> não é comida...”, comentou, sabendo que aquilo
a irritava profundamente. “É o quê, então?”, perguntou, já sabendo a resposta.
“<i>Pizza</i> é <i>pizza</i>, ora!”, disse, dando uma risada debochada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“O que vocês querem? Não tenho grana,
cara”, falou, tentando mostrar segurança. “Já entregou a <i>pizza</i>?”,
perguntou o maior dos três. “Não. Acabei de chegar, vocês não viram?”, disse,
tentando disfarçar o medo. “Deixa eu ver”, ordenou, aproximando-se e tentando
pegar a embalagem. “Não zoa, não, cara. Eu não posso perder o emprego. Esta é a
terceira vez na semana que alguém fica zoando comigo”, falou, sentindo o corpo
inteiro tremer. “Não estou zoando. Se bobear, descarrego em você, tá?”, disse,
mostrando o revólver na mão esquerda. Bico calado e toca a campainha.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“Você não vai atender?”, perguntou.
“Ah, meu bem, vai lá você, vai”, disse ela. “Puxa vida, pega você, vai...
Preciso publicar o material do <i>blog</i> ainda hoje”, comentou, continuando a
digitar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“O pessoal está demorando, xará...”,
disse, nervoso. “Calma aí, estão chegando.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“Quem é?”, perguntou ela. “<i>Pizza</i>”,
disse ele, antes que ela abrisse o portão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“Guto...”, disse ela quase chorando.
“O que foi? Quem... O que é isso?”, perguntou assustado, levantando os olhos da
tela do computador. “Um assalto, cara; e o melhor é não reagir nem olhar para a
cara da gente”, disse o mais alto dos três. “Você vigia o entregador e ele. Eu
levo a mulher e você começa a levar as coisas para o carro deles”,
complementou. O entregador sentou-se no chão. Guto, em frente ao computador. Um
deles ficou ao seu lado, revólver na mão, quieto. O outro, o maior deles,
levava a mulher perguntando onde estava isto, o que era aquilo. O último levava
para o carro televisão, rádio, toca CD e DVD, a jaqueta de couro...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“O que é isso?”, perguntou. “É um <i>blog</i>”,
falou. “Legal... Tem um chegado meu que faz um <i>blog </i>do Iron Maiden”,
comentou, aproximando-se da tela e movimentando o <i>mouse</i>. “Iron Maiden?”,
disse Guto. “É. Da hora... Beleza!”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“Deu. Vamos embora. Pega o <i>notebook
</i>e vamos”, mandou o maior dos três. “Deixa aí”, disse o outro, levantando o
motoboy pelo braço. “Como, deixar aí? É um Toshiba de uns oito paus”, falou,
irritado. “Não vamos estragar a do cara, mano... O <i>blog </i>é legal.”<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">“Não chora. Eles já foram”, disse
Guto. “Eles levaram até meu CD novo da Maria Rita!”, falou ela, chorando.
“Chora, não. É pirata.”</span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-57654996985205590292014-11-07T20:05:00.002-02:002014-11-08T17:17:20.777-02:00Dilemas Contemporâneos da Cultura (93)<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-f2QVYOM9NB4/VF1BdXrgyOI/AAAAAAAABNY/3x6Q9eXnKYQ/s1600/miriam%2Bpar%C3%A9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-f2QVYOM9NB4/VF1BdXrgyOI/AAAAAAAABNY/3x6Q9eXnKYQ/s1600/miriam%2Bpar%C3%A9.jpg" height="308" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><a href="https://www.facebook.com/pages/Mariam-Par%C3%A9-Art-and-Design/147386811968716" target="_blank">Heavy Nº 2</a></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><a href="https://www.facebook.com/pages/Mariam-Par%C3%A9-Art-and-Design/147386811968716" target="_blank">by Mariam Paré</a><span style="font-size: x-small;"> </span>*</span></div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px;"><b>Motivo</b></span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px;">Cecília Meireles (7.11.1901 - 9.11.1964)</span><br />
<br style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px;" />
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu canto porque o instante existe</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">e a minha vida está completa.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não sou alegre nem sou triste:</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">sou poeta.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br style="background-color: white;" /></span>
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Irmão das coisas fugidias,</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">não sinto gozo nem tormento.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Atravesso noites e dias</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">no vento.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span lang="PT">A</span><span lang="PT">s armas e os
Barões assinalados<br />
Que da Ocidental praia Lusitana<br />
Por mares nunca de antes navegados<br />
Passaram ainda além da Taprobana,<br />
Em perigos e guerras esforçados<br />
Mais do que prometia a força humana,<br />
E entre gente remota edificaram<br />
Novo Reino, que tanto sublimaram;</span><u1:p></u1:p><o:p></o:p></span><br />
<br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><a href="http://www.alvarenga.net/canto1.htm#2"><span lang="PT" style="color: blue;"><br />
</span></a><span lang="PT">E também as memórias (pouco gloriosas)<br />
Daqueles Reis que foram dilatando<br />
A Fé, o Império, e as terras viciosas<br />
De África e de Ásia andaram devastando,<br />
E aqueles que por obras valerosas<br />
Se vão da lei da Morte libertando,<br />
Cantando espalharei por toda parte,<br />
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.</span></span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT" style="font-family: 'Comic Sans MS'; font-size: 10pt;"><br /></span>
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Se desmorono ou se edifico,</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">se permaneço ou me desfaço,</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">— não sei, não sei. Não sei se fico</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">ou passo.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br style="background-color: white;" /></span>
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sei que canto. E a canção é tudo.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tem sangue eterno a asa ritmada.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E um dia sei que estarei mudo:</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">— mais nada.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="background-color: white; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">(*) conheça Mariam Paré <a href="https://www.facebook.com/pages/Mariam-Par%C3%A9-Art-and-Design/147386811968716" target="_blank"> aqui.</a></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-71174237169126939802014-11-07T19:15:00.003-02:002014-11-07T19:15:39.479-02:00Ópera em Movimento (7)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-b2HQfilFLJw/VF01aofY3VI/AAAAAAAABNA/-KGwUZJlIXA/s1600/Laura%2C%2BGil%2C%2B9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-b2HQfilFLJw/VF01aofY3VI/AAAAAAAABNA/-KGwUZJlIXA/s1600/Laura%2C%2BGil%2C%2B9.jpg" height="400" width="266" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">Laura Aimbiré e Gilberto Chaves</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">em apresentação de Carmen, no formato Ópera Curta</span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O convite de hoje é para que você solte seus credos e ansiedades com uma ópera muito conhecida, porém um desafio enorme para quem dirige e para quem interpreta exatamente por isto.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Divirta-se com o <a href="http://culturafm.cmais.com.br/opera-em-movimento-um-exercicio-de-imaginacao/opera-em-movimento-2013-04-15" target="_blank">programa Ópera em Movimento da Radio e Televisão Cultura</a> que tive o prazer de criar e apresentar. Nesta edição, Carmen, de Georges Bizet.</span><br />
<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-39331607154707851092014-11-05T19:09:00.000-02:002014-11-05T19:16:22.647-02:00'X - (I)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-FCAnGY14zlw/VFqNVciKidI/AAAAAAAABMg/35nTV_Z340c/s1600/chuva%2Bby%2BCP.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-FCAnGY14zlw/VFqNVciKidI/AAAAAAAABMg/35nTV_Z340c/s1600/chuva%2Bby%2BCP.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">Retorno</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">por Cleber Papa *</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O dia começou uma hora mais tarde,
coisa do verão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Os pingos começaram grossos e alternados de repente. Um, dois, três,
aumentando gradativamente a frequência de precipitação até se tornarem um coro
aquático com milhões de gotas unidas umas as outras, caindo em sequência
estonteante. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Hummm... O cheiro de terra molhada... Ele sorriu, deixou sua cara à água. O
ruido na testa e em tudo não lhe tiravam a
percepção da grandiosidade daquela chuva. Sentiu no peito um estrondo de juventude, uma vontade de
abraçar as árvores, de correr. Foi assim mesmo que aconteceu. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Na praça, Fernando parou onde lhe deu vontade. Começou a gritar alucinado:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">- Viva o Governador... Viva o
Governador... Viva o Governador. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Até que um dos passantes se
aproximou:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">- Tá maluco, Zé? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">- Eu? Maluco? Não era ele o
culpado da seca?</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">(*)Bem vindo ao Apóstrofo X, onde, sem regras pré-definidas e conforme o tempo e vontades desde blogueiro, você encontrará crônicas, cenas
esquecidas em gavetas, experiências e vivências cotidianas. Espero que você
goste.</span><o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-88120666660843514752014-11-04T21:08:00.003-02:002014-11-04T21:31:09.757-02:00Dilemas Contemporâneos da Cultura (92)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-HggDzLZgkVU/VFlZ5jfOFbI/AAAAAAAABMM/pYG6l64Pfr0/s1600/escudo-em-tricolor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-HggDzLZgkVU/VFlZ5jfOFbI/AAAAAAAABMM/pYG6l64Pfr0/s1600/escudo-em-tricolor.jpg" height="267" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=0Gl-Uo-Kx-I" target="_blank">São Paulo Futebol Clube onde Rogério Ceni marcou seu centésimo gol</a></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não, senhores e senhoras que me dão o prazer de acompanhar
este blog. Não enlouqueci. Não estou comparando futebol e cultura. Nem dizendo
que futebol é como uma ópera sem um libreto definido ou que o esporte bretão
(esta é bem antiga) se compara a um balé contemporâneo. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não, senhoras e
senhores, que gastam seus neurônios inteligentemente comparando o cinema de <span style="background: white; color: #252525;">Satyajit Ray ao de Vittorio de Sica,
provavelmente sua maior influência. </span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="background: white; color: #252525;">Não. Não estou dizendo que prefiro o futebol
ao teatro do meu amigo <a href="https://www.facebook.com/mpdecastro?fref=ts" target="_blank">Maurício Paroni.</a> Nada disto. Futebol é futebol e sem
Rogério Ceni o futebol é menos futebol. Deu para entender? Não? Então <a href="https://www.youtube.com/watch?v=0Gl-Uo-Kx-I" target="_blank">reveja o100 gol do goleiro Rogério Ceni em 27 de março de 2011</a> e encha os olhos de
lágrimas pela empolgação do goleiro artilheiro ao marcar o 100. Na remota
hipótese de qualquer outro estar no gol, o 100 valeria 1000 do mesmo jeito, mas
com o também grande goleiro Júlio César, o feito ganha em efeito. Perfeito, não
é? <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #252525; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sim, senhores e senhoras sensíveis, cultos, que
leram até aqui este texto. Sim. Estou escrevendo sobre futebol na esperança de
que Cultura também seja tema de nossas conversas no dia a dia. Para que todo
mundo conheça o teatro do Paroni, do <a href="https://www.facebook.com/francisco.carlos.3517?fref=ts" target="_blank">Francisco Carlos</a>, do Ivan e também do
Falabella, do Fagundes, do Fúlvio, do querido <a href="https://www.facebook.com/pages/Marcos-Caruso/111951555486632?fref=ts" target="_blank">Marcos Caruso</a>. Para que mais
pessoas conheçam todos os corredores do novo <a href="http://www.mac.usp.br/mac/" target="_blank">MAC</a>, do bom e velho <a href="http://mam.org.br/" target="_blank">MAM</a>, que
discutam, o que se passa neste fenômeno contemporâneo que é o <a href="http://www.mis-sp.org.br/" target="_blank">MIS-SP</a>. Quem ainda
não leu a mais nova edição de Gen? Precisamos falar mais sobre Cultura, pensar
nos fundamentos, nas razões de ser desta atividade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #252525; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Por que se vai ao teatro e se gosta do teatro?
Por que a gente gosta tanto de ópera? Por que tanta gente vai ao balé mesmo não
tendo legenda? (Ok. Ok. Piadinha interna, porque balé é muito legal).<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #252525; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">No futebol, as regras são claras e mesmo assim
tem quem chuta feio, faz falta, leva cartão e até juiz tolo que não tem a
generosidade de <a href="https://www.youtube.com/watch?v=0Gl-Uo-Kx-I" target="_blank">reconhecer o fenômeno de um goleiro marcar 100 gols</a> e dar a ele
um cartão amarelo por... pelo que mesmo, senhor... senhor...? (Qual era o nome
daquele cara que apitou o jogo, hein?). <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #252525; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O senhor e a senhora, leitores, me perguntam
por que falei de regras? Bem... cotoveladas, faltas e até mal juízes anônimos podem,
comparativamente, existir em todo lugar e, nesse caso, o futebol é a metáfora
fácil.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #252525; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas, posso garantir aos senhores e às senhoras
que não estou comparando futebol com arte, nem reinventando o futebol-arte.
Nada disto. Apenas, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=0Gl-Uo-Kx-I" target="_blank">falando de um gol</a> e de um time de futebol. Ah, sim: lembrando de Cultura.</span><o:p></o:p></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6784918502460815554.post-45757018877858621972014-11-03T21:39:00.003-02:002014-11-03T21:42:18.685-02:00Ópera em Movimento (6)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-wshAYu1v0FQ/VFgLTg6J2II/AAAAAAAABL8/zzuuPJjd8Qk/s1600/1_les_demoiselles_da_avignon.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-wshAYu1v0FQ/VFgLTg6J2II/AAAAAAAABL8/zzuuPJjd8Qk/s1600/1_les_demoiselles_da_avignon.jpg" height="400" width="382" /></a></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;"><a href="http://www.moma.org/collection/object.php?object_id=79766" target="_blank">Les Demoiselles D'Avignon </a></span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;"><a href="http://www.moma.org/collection/object.php?object_id=79766" target="_blank">1907 - by Pablo Picasso</a> (*)</span></div>
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Verdi teve a ousadia de criar uma ópera baseada na vida de uma prostituta e soube como abordar este fenômeno de comportamento em que algumas pessoas se acham melhores que outras por causa das suas relações, preferências sexuais entre outros aspectos. Verdi tratou profundamente do preconceito neste obra. </span><br />
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">La Traviata é uma ópera inesquecível. Sua abertura é magnífica. Com o tempo, a temática ousada foi amenizada e Violeta Valery passou a ser identificada como uma cortesã, uma maneira "educada" e socialmente aceita de justifica-la. Esta história e comportamento, levou-me a fazer uma palestra sobre A Falsa Moral, a convite e debatendo com o nutrólogo (e de multi instrumentos) Arthur Kauffmann. </span><br />
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<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">La Traviata foi baseada na Dama das Camélias, de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_Dumas,_filho" target="_blank">Dumas Filho</a> . A obra também inspirou filmes e musica, ora como A Dama das Camélias, ora como Camille, A <a href="https://www.youtube.com/watch?v=L3SNV5iGnyA" target="_blank">título de curiosidade, vale uma olhada </a>no filme Camille, com Rodolfo Valentino, e a ousadia da interpretação de Alla Azimova ainda distante da preconceituosa maneira como viria a ser retratada a jovem prostituta no futuro. Em 1936, interpretada por Greta Garbo, linda, Camille ganha outros tipos de requinte e vc pode <a href="https://www.youtube.com/watch?v=RF4ZoC5BcWQ" target="_blank">conferir aqui.</a></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nesta edição da Ópera em Movimento, <a href="http://culturafm.cmais.com.br/opera-em-movimento-um-exercicio-de-imaginacao/opera-em-movimento-2013-04-08" target="_blank">ouça o programa</a> completo**, realizado pela Radio e Televisão Cultura de São Paulo. Um convite à imaginação. </span><br />
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<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">(*) vale a pena uma visita virtual <a href="http://www.moma.org/collection/object.php?object_id=79766" target="_blank">ao MOMA</a> onde a obra está depositada. Veja o vídeo descritivo da obra no próprio site do Museu.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">(**) observe que logo na abertura há um pequeno erro de edição e a mesma frase é dita duas vezes. Gosto mais da segunda versão. E você?</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/11268121267955227103noreply@blogger.com0