quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Viva a Ópera (8)

foto by João Guerrra/UOL

A estudante de Elisa Delfino garantiu um lugar próximo do palco após mais de 3 dias na fila para compra de ingressos. 
Não satisfeita, ergueu um cartaz durante o show, com o pedido, em inglês, para receber do seu ídolo há mais de 15 anos (ela tem 18) um autógrafo que seria eternizado em forma de tatuagem.

Isto é ser fã. Apropriadamente uma redução de fanático, considerando este o limite extremo da admiração e do fervor. O fã tem um forte componente de irracionalidade e de culto extremado da própria individualidade, a ponto de achar que o artista está a ele ligado para sempre. 

Sem controvérsias e sem discussões sobre o quadro psicológico do idólatra como se pode supor, o fã é essencial para o artista na  medida em que lhe dá suporte e valoriza seu ego.

Ora, o artista é um ser especial por sua imensa auto-estima. Afinal, não é preciso tê-la muito em alta para subir num palco e acreditar-se capaz de agradar multidões?

Na ópera, no Brasil, há esboços aqui e ali de fãs deste ou daquele cantor além daqueles apaixonados pelos ídolos do passado. O fã não vê idade, mas fãs de ídolos vivos é bom até para o reconhecimento publico das atividades criativas. Nesta direção, os artistas da ópera têm muito a fazer para criar estas empatias. 

Mãos à obra. A ópera tem pressa. Viva a Ópera.