quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dilemas Contemporâneos da Cultura (39)

A liberdade guiando o povo
Delacroix

Cerca de 1/3 da população mundial vive em países onde a liberdade de imprensa não é preservada (segundo a organização Repórteres sem Fronteiras, uma das mais sérias entidades do planeta), tendo como razão direta a ausência de democracia ou graves problemas na condução de um regime democrático. Quanto mais violento, mais corrupto, mais absolutista é um governo, menos lhe interessa a liberdade de imprensa e de expressão, pois estas são manifestações que lhes reduz o controle social, tanto pelas forças políticas quanto pelos mecanismos de segurança do Estado.

Ao déspota não interessa a imprensa livre. Por extensão não lhe interessa o teatro, a arte livres. A livre expressão deturpa as instituições segundo estes governantes, numa lógica que lhes é comum em que jornalistas e artistas só falam mal e nunca contam valorizam os beneficios que praticam.

Para coibir estas manifestações, os governos ditatoriais têm a seu serviço seus agentes de segurança, os agentes do Estado que tratam os seus críticos como inimigos, cerceando-lhes os direitos elementares e, em casos extremos ameaçam sua integridade física, moral, social, com ameaças de tortura, sequestro, morte.

O processo é complexo, mas amplamente divulgado e conhecido.

Liberdade é mais que um conceito e não existe pela metade. Numa sociedade desenvolvida, de interesses planetários, a tolerância e convivência pacífica entre os contrários é a principal característica. Mesmo nas sociedades mais tradicionais e consideradas avançadas, acontecem deslises quando o poder público deixa seus desvios de caráter prevalecerem e, nestes casos, as liberdades correm risto: a sociedade corre risco. Quanto mais educada, quanto melhor preparada, maior será a capacidade de uma determinada comunidade de decidir adequadamente seu futuro e decidir sobre seus caminhos através do voto.

Neste sentido, mais uma vez, nós agentes culturais temos um grande papel a cumprir. Somos nós artistas que preparamos o futuro por termos uma parcela fundamental de responsabilidade com a verdade, com a difusão do pensamento.