sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Dilemas Contemporâneos da Cultura (34)

O falso espelho - 1928
René Magritte

Fato: não há ídolos no canto lírico no Brasil

Não há cantores que arrebatem multidões, nomes que as pessoas queiram ouvir em casa e que lotem teatros. Infelizmente não temos isto no Brasil.

Tudo indica que o Brasil está mudando. Ontem mesmo conversa com uma jovem jornalista que disse “tenho a impressão que alguma coisa está diferente, pois ao que parece, as pessoas estão valorizando mais a música erudita, o canto”. Esta impressão pessoal, não é distante do que tenho ouvido em vários lugares.

Há um dado novo. Nos últimos 16 anos, o país sofreu profundas alterações, maior integração através da comunicação global, a telefonia celular influenciando largamente os comportamentos, a abordagem tecnológica e, como consequência disto, maior perspectiva de escolha de entretenimento associado à formação do individuo.

É natural que todo o investimento em Educação, amplie a capacidade de indagar dos novos cidadãos (é isto mesmo tá? Novos cidadãos como uma provocaçãozinha particular). Melhorando o conceito, quanto maior a franquia de direitos, maior a aproximação do individuo comum dos processos artísticos que lhe exigem maior alfabetização para a arte.

Assim, volto a insistir, é o momento dos nossos cantores – de resto todos os profissionais da área da Cultura – repensarem seus projetos.