terça-feira, 22 de junho de 2010

Carlos Gomes no mapa do Brasil (18)

Após enxurradas de vuvuzelas, maradonas, nortecoreanices e outras pataquadas da Copa, quem esvaziava a cabeça com um daqueles filmes de roubo de jóias ontem à noite, viu ao lado de Antonio Bandeira o excelente Morgan Freeman.

Pois o veterano ator de 73 anos, nasceu em 1937 no Estado de Tenessee nos Estados Unidos e acumula mais de 50 filmes em sua carreira.

Sua cidade natal, Memphis, curiosamente, dá nome a uma rua na cidade mineira de Passos.

Seguindo pela rua Memphis, você pode entrar à direita na rua São Francisco de Assis, continuando pela Padre Pires até chegar à rua dos Boiadeiros. Entrando à esquerda e andando quatro quadras, você atinge a Rua Carlos Gomes, mais uma referência nacional do compositor. Desta vez em Passos, Minas Gerais.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Dilemas Contemporâneos da Cultura (25)

Dona Militana em foto de Canindé Soares

A morte de um artista é um Dilema da Cultura quando não se deu a ele o suporte adequado para a que sua obra fluisse.

Sob o ponto de vista do artista, seu trabalho é como outro qualquer em que ele estabelece e se submete a rotinas próprias obrigando-se a administrar seus medos, angústias e também prazeres e realizações.

Para quem tem acesso à obra, entretanto, o artista é uma personalidade diferente.

O homem é espelho para o homem e isto significa que vemos no outro a imagem de nós mesmos, ainda que muitas vezes, seja preferível criticar no outro, como defeito do outro, nossas próprias imperfeições. Mas é raro o homem que percebe isto. Neste sentido e nesta ótica, o artista é imprescindível por levar o homem à reflexão de si mesmo e - de forma ainda mais abrangente - lembrar-lhe o tempo todo da sua finitude, da sua necessidade de fé, da importância de se acreditar e viver sob o domínio do bem.

São os artistas que têm o papel de nos lembrar. Lembranças do cotidiano, do nosso passado e lembranças do futuro projetado.

A arte é essencial.

Anteontem (dia 19) o Brasil ficou mais triste. Morreu Dona Militana, nascida Militana Salustino do Nascimento, romanceira de profissão. Morreu aos 85 anos em São Gonçalo do Amarante, cidade que já foi mencionada neste blog recentemente. Dona Militana deixou suas memórias de romances que aprendeu com seu pai, originários de uma cultura medieval e ibérica, narrando os feitos de bravos guerreiros e contando histórias de reis, princesas, duques e duquesas. Além dos romances, Militana cantou modinhas, coco, xácaras, moirão, toadas de boi, aboios e fandangos. Tudo isto está numa edição com 3 CDS (Cantares*) e outra chamada Songa também dá Coco.

Quem me manda a notícia é o Ledson França, Secretário de Comunicação de São Gonçalo, que nos abre mais esta porta e nos permite mais uma vez render homenagens à Dona Militana com cuja obra nos encontraremos muitas vezes ainda.


*quem tiver um me manda

terça-feira, 1 de junho de 2010

Carlos Gomes no mapa do Brasil (17)


Retorno ao blog e justo às vésperas da Copa do Mundo.

Prometi a mim mesmo não mais falar de futebol aqui, mas para não ser acusado de alheio às ansiedades mais naturais da Nação registro torcer para o Júlio César. Não o de Roma, mas o "nosso" de Milão. Isto mesmo, o portieri da Internazionale e goleiro do escrete que se chamava canarinho, hoje, provavelmente, com outros apelidos em construção.

Júlio César é um grande goleiro. Mesmo com a tal bola torta como adversária, fará boas defesas. Peguei a mal falada bola. A original (?) e a réplica (?) o que por si soa falso. A primeira me pareceu uma bola não muito diferente das outras com o diferencial de umas coisinhas enrugadas na superfície, certamente uma tecnológica invencionice para acontecer qualquer coisa que nós, simples curiosos - sequer notaremos. A segunda, a tal da réplica, é uma imitação mesmo, vagabundinha, de "49 real", pesada e chutável como qualquer outra bola.

A Jabulani - este é o nome da dita oficial - tem um chip dentro, ou um monte deles, o que soa a mesma coisa. Dizem que vai ajudar o juíz a errar menos com a ajuda de antenas, relógios, sinais digitais e por aí vai. A conferir.

De todo modo, com chip ou sem chip o Júlio César terá que rebolar - não estou insinuando que deve ser ao som daquela coisa que chmam de música - para pegar a Jabulani, a bola rombuda segundo os principais atcantes do mundo não patrocinados por seu fabricante.

O Júlio dará conta. Afinal  nasceu 100 anos após a estréia de Maria Tudor - Ópera de Carlos Gomes - em 1879, em Milão, cidade onde Júlio César também se consagrou. E ele nasceu no Rio de Janeiro, cidade onde a Rua Carlos Gomes está cravada no Bairro do Santo Cristo, aliás ninguém melhor para abrir os braços a nosso favor, se for dado aos Santos a prerrogativa de interferir no futebol.

O que tudo isto tem a ver com Carlos Gomes? Como se diz em Zulu, é sempre tempo de jabulani(*) nosso compositor.

(*) Jabulani em Zulu - um dos 11 idiomas africanos - significa "celebrar".