sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A solução no Petróleo? Ora, faça-me o favor...

Hoje noticia-se na Folha de São Paulo ( http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1109200915.htm) que o Ministério da Cultura conseguiu 1% do petróleo do pré-sal para a Cultura o que pode significar até 10 vezes mais o orçamento atual. Não há dúvida que deveríamos comemorar isto, não fosse lastimável o estado de abandono da música erudita e da ópera.

Não vou entrar no mérito de como andam estas áreas, porque teremos muito espaço aqui para isto. Apenas registro, como primeira nota neste primeiro blog, a sensação de vazio que tenho quando ouço falar de pré-sal. É provável que eu esteja enganado. Espero estar enganado. Mas não deixo de pensar que esta história é uma balela e uma inversão de valores. Quando todos sabemos que o que interessa para as pessoas e para o planeta é a busca de uma matriz energética limpa, verde ou nome que o valha, falar em petróleo, com investimento de alto risco e resultado idem, me parece uma posição tão frágil que sequer arriscaria qualquer palavra de elogio.

Há dois anos em Paris, andei num táxi movido a energia elétrica. Há dois anos. Confesso que não entendo porque não se investe este montão de dinheiro na pesquisa de novas fontes e se aplica desde já parte dos recursos existentes na produção cultural. Quando se fala no Brasil em desenvolvimento, crescimento, melhoria da economia, imediatamente investe-se na produção com subsídios, redução de impostos etc. Menos na produção cultural que tanto pode gerar recursos, empregos, desenvolvimento, conhecimento, saber.

Lamento constatar, mas o modelo que aí está não interessa ao Brasil. Não interessa aos Brasileiros. A Cultura é a nossa fonte de riqueza, é o que pode eliminar o que existe de miséria no país, é o que pode gerar recursos de curtíssimo prazo. Não é uma aventura, nem anda na contramão do que se espera de qualidade para o planeta.