quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Dilemas Contemporâneos da Cultura (76)


Peter Paul Rubens é um pintor intrigante (saiba mais sobre ele clicando aqui). 
Seu estúdio produziu mais de 2000 obras num modelo de trabalho em que ele fazia os drafts iniciais e seus assistentes trabalhavam a pintura até o ponto de finalização em que Rubens fazia sua intervenção - a arte final. 
Rubens pintou os principais expoentes da aristocracia de sua época e sua obra foi reconhecida em toda a Europa à sua época tornando-o uma referência da pintura barroca. 
Pintou reis, rainhas, duques, esbanjando cores e alegorias na escolha dos seus motivos. Rubens morreu em 1640 rico, bem sucedido, tendo vivido muito bem e em paz consigo.
Pietro Paolo Rubens como assinou na sua versão "italiana" está sendo utilizado no post de hoje como uma reflexão a respeito do fazer artístico.
Todos nós artistas sabemos o quanto são complexas as conquistas para a vida toda. 
O cantor lírico, por exemplo, passa anos de sua vida estudando, tanto quanto um bom médico, um engenheiro de excelência, um administrador, mas dependendo da sua voz - um instrumento especialíssimo, delicado, sensível - para a manifestação de sua arte. 
Não há estrutura que ampare este profissional numa idade mais avançada, a não ser aquela que conseguiu construir ao longo de sua carreira quando teve condições e a orientação de preservar recursos para o futuro. De um modo geral, é o que acontece com o artista nas várias áreas. 
Em termos práticos, este assunto delicado fica aqui registrado como algo a ser pensado para que na sua plenitude artística e humana os profissionais possam ter mecanismos de sustentação individual que lhes garanta um resultado perene na velhice. 
Fazendo uma associação com Rubens e seu Hércules ébrio, proponho uma visita a uma divertida performance (clique aqui) para que, rindo e respeitando o nosso próprio trabalho, possamos refletir sobre a importância de preservar o artista.
De certo modo, é como um salto no escuro sem paraquedas (quem tem trabalhado comigo sabe do que estou falando), mas com a certeza de que há lá embaixo, em algum lugar, uma base que lhe dá sustentação.