segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Dilemas Contemporâneos da Cultura (69)



Não se perde uma professora como Neyde Thomas.
Como se pode perder o que é uma dádiva, um presente cujos benefícios serão percebidos para sempre?
De tempos em tempos, como se houvesse uma torneira quase sempre fechada, um pequeno girar de dedos abre uma imensa possibilidade.
Qualidade aos milhares de litros fazendo os ajustes necessários, tirando os pós das frestas, fazendo novos caminhos nas rochas.
Estive com Neyde no Concurso Bidu Sayão de 2011 onde ela, convidada por Rosana Caramaschi, lançou seu livro e prestou-se a uma conversa pública comigo num pequeno auditório com umas 50 pessoas entre alunos, jornalistas e outros (na maioria) que ali estavam para conhecê-la.
A professora era vigorosa. Estratosférica. E por mais gongóricos sejam os adjetivos pouco lhe farão justiça à generosidade, ao humor, à vaidade ligeira de quem consegue contemplar a obra e dar a medida concreta dos acertos. 
Neyde partiu.
A seus alunos cabe preservar suas lições.