segunda-feira, 3 de maio de 2010

Dilemas Contemporâneos da Cultura (19)

Ópera de Paris

Em breve, passadas as eleições, certamente ouviremos dos novos Secretários de Cultura que não conhecem plemanente a atividade que estão desenvolvendo, mas que se esforçarão ao máximo para utilizar a experiência que possuem de outras áreas para ajudar a implementar a atividade cultural.


Este fato corriqueiro é fruto de um problema crônico: existem poucos gestores disponíveis. Ou seja, não é fácil encontrar profissionais que tenham forte visão administrativa com cacoete artístico ou vice-versa dependendo da necessidade de cada Cidade ou Estado. Como o cargo de Secretário é um cargo político, é comum a priorização da lide política à questão cultural. Nesses casos é também ordinário que se coloque a Cultura a serviço da política e não exatamente o contrário como é de se supor.


Há também a peculiaridade que este gestor precisa conhecer a máquina pública, os mecanismos que fazem com que ela funcione, suas travas jurídicas. Idealmente, precisaríamos de pessoas que tivessem o conceito da máquina pública, principalmente no que tange a boa gestão dos recursos públicos, com a agilidade e visão de futuro da atividade privada, com suficiente bagagem intelectual que lhe emprestasse o bom gosto pelas artes, a aceitação das diferenças, a apologia do belo, o respeito ao criador, a compreensão dos mecanismos que viabilizam a produção dos espetáculos, das exposições, as necessidades de cada ator no segmento.


Este superser é raro no Brasil. Mas caminharemos para isto. Há espaço para este tipo de desenvolvimento pessoal e esta é uma nova carreira necessária.

2 comentários:

  1. Olá Cleber! Gosto muito do seu blog! Eu acho que esse mercado de gestor (administrador) cultural vai ser muito próspero no Brasil!E como você, penso que precisa de gente realmente especializada e sensível à criação artística. Eu sou formada pela Usp em música e atualmente estou terminando Relaçoes Internacionais também. Estou querendo juntar as duas áreas, fazer um mestrado na área. Não sei se estou totalmente certa, mas parece que o mercado está pedindo esses novos profissionais, uma vez que a economia do Brasil está se estabelecendo.
    Parabéns pelo Blog e seus projetos!
    Abs,
    Andressa

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  2. Grato Andressa.
    Você está correta no seu comentário. Também tenho a certeza de que haverá muito espaço para gestores da Cultura com formação acadêmica compatível. Aliás, não há saída que não pela Educação. A Cultura - via de desenvolvimento moderna, contemporânea, estimulante, convergente - precisa mudar seus formatos, rever suas eternas indagações e dilemas.

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