quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dilemas Contemporâneos da Cultura (18)

Bailarina do Australian Ballet
by Bob Pearce

Sempre acreditei que o mercado resolveria tudo como um ser autônomo, capaz de tomar decisões e de se engajar nas causas justas e adequadas.

Penitencio-me. Trata-se de uma inversão de ótica. Veja se tenho razão.

Sabemos que a noção de mercado é de ação a favor de si mesmo (o mercado se regula, se controla etc.).

O mercado é uma parte do conjunto de forças que atuam na sociedade e não a totalidade dos mecanismos disponíveis para resolver o principal dilema da Cultura (financiamento com sustentatilidade).

Sendo parte, como imaginar que seja viável ter o mercado agindo como o todo? Agindo a seu favor, como esperar que sua ação seja pró coletivo?

Ficou clara a inversão? O mercado jamais irá agir a favor da coletividade a menos que seja integrante a própria coletividade (o que é impossível por moto próprio graças a sua própria natureza "individualista e centrada nos seus próprios interesses etc).

Talvez esteja aqui a estratégia construtiva se encontrarmos uma maneira de incluir o mercado com partícipe de nossos interesses artísticos, inclusivos etc.

Isto significa que somente nós, interessados, discutindo, dialogando, arejando o discurso, seremos capazes de mudar esta realidade.

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