terça-feira, 13 de julho de 2010

Paulo Moura 1933 - 2010*


Quem conheceu pessoalmente Paulo Moura, entende porque faço aqui uma homenagem à sua vida de tantos legados musicais.

A quem não teve esta oportunidade, fica a sugestão de incluí-lo nos seus pensamentos por um segundo que seja.



* Paulo Moura será velado no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, amanhã, 14/07/2010.

Carlos Gomes no mapa do Brasil (20)

A Eterna Primavera
Auguste Rodin

Nascido em Curitiba, João Batista Vilanova Artigas é um arquiteto Brasileiro cuja obra integra o movimento arquitetônico conhecido como Escola Paulista. 

Artigas formou-se pela Escola Politécnica e veio a participar do grupo Santa Helena formado por artistas de vanguarda, tendo o pintor Alfredo Volpi como um dos seus principais representantes.

Nesta época de Copas do Mundo em que se discute a construção ou não de novo estádio na Cidade de São Paulo, é bom lembrar que Vilanova Artigas é quem projetou o Estádio do Morumbi, um dos exemplares da arquitetura moderna no Brasil.

Vilanova Artigas, ratificando sua origem Paranaense, projetou o edifício da antiga Rodoviária de Londrina inaugurado em 1952 e utilizado como terminal até 1988.

A Rodoviária ganhou um projeto novo de outro arquiteto Brasileiro: Oscar Niemeyer. E o antigo edificio transformou-se no Museu de Arte de Londrina, para cuja abertura em 1993 foi exposta A Eterna Primavera, escultura de Auguste Rodin que ilustra este post.

O Museu de Arte de Londrina, fica na Rua Sergipe, pertinho da Avenida Carlos Gomes, praticamente no centro da bela cidade.

Está perto da Avenida, mas longe da Praça Carlos Gomes, outro logradouro que relembra o compositor e que fica ao sul seguindo pela PR 445 - no trecho em que se denomina Rodovia Celso Garcia Cid. Nada que um bom GPS não localize com facilidade.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Dilemas Contemporâneos da Cultura (29)

Lola de Valence, 1948
por René Magritte

Uma obra esgotada pode ser reproduzida em cópia reprográfica e utilizada em sala de aula? Cantar Parabéns para Você numa festa na sua casa o obriga a pagar direito autoral? Cineclube pode reproduzir dvd de ópera sem pagar direitos? Posso usar esta versão digital do quadro acima?

Até o próximo dia 28, o projeto de Lei do Direito Autoral e sua reforma pelo Ministério da Cultura ficam sob consulta pública.

Para quem é atingido diretamente pela lei ou para quem busca um nível de informação maior, vale a pena uma olhada atenta no site http://www.reformadireitoautoral.org/.

É um bom começo.

sábado, 10 de julho de 2010

Dilemas Contemporâneos da Cultura (28)

La Vie - 1903
Pablo Picasso
A Nota de Rodapé de ontem acabou refletindo em vários e-mails, comentários. Deixou de ser uma nota. Passa a ser um Dilema a partir de um diálogo que se estabeleceu com a Marli Sant Anna e o Silvio Moréia.

Quando a vida é banalizada não há como ficarmos alheios. Como fazer, ou melhor, o que podemos fazer?
Nós trabalhamos com o que há de mais precioso para a humanidade que é a livre expressão do pensamento. Temos que incorporar de alguma forma estes alertas e fazer ecoar de alguma maneira.

A Cultura é redentora da Humanidade. Redentora no sentido mais amplo: a Arte é o caminho para salvar e resgatar. É a voz.

Façamos um raciocínio simples. A Arte é a expressão pura do Belo e da Verdade. Ora, se o Belo e a Verdade são representações da Divindade, a Arte é o instrumento que aproxima a Humanidade do Divino.

A violência, o desprezo pela Vida, os extremos e radicalismos, a piada barata do descaso transformada em mote até por nossos representantes na política - aqueles que deveriam preservar a ética, a moralidade - tudo isto precisa ser negado com veemência. Precisamos assumir posições claras. Nós artistas temos que defender a Vida, o equilibrio, o Bem estar, o aprendizado.

Disse ontem que Tem dia que a Humanidade piora. A Humanidade está piorando todo dia. Isto não está certo.

Vamos abrir a boca. Vamos usar a força que temos. Em cada espetáculo, em cada apresentação, precisamos dizer que não queremos mais isto e que através da Cultura damos nossa contribuição.

Através da arte, fazemos nossa parte.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Nota de Rodapé (4)


O homem é tão bem feito, a presença divina é tão perceptível  em tudo...

O desprezo pela vida é inexplicável. Não há nada que justifique.

Para que viver senão para aprender, para tolerar, para exercitar a felicidade?

Nós, seres humanos somos felizes em nós mesmos e a sabedoria está em saber evitar a quebra desta harmonia natural, em fazer prevalecer toda a tendência possível de negar o que bom, o que é belo, o verdadeiro.

Caramba. Há dias que a humanidade piora.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Dilemas Contemporâneos da Cultura (27)

 A Sunday Morning in Virginia (1877)
by Winslow Homer

O que é isto? http://vimeo.com/12347285
Ou ainda com imaginar um rock chamado World Cup Official Song Song (Unofficial Song)  e licenciado de forma livre através do Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial 3.0 Brasil License?

E se isto foi feito num fundo de quintal, ou numa garagem e alimenta um site chamado The Sunday Morning (http://www.thesundaymorning.com/#_) onde dois irmãos se divertem nos domingos de manhã?

Isto tem chance de se multiplicar na rede como um viral?

Viral? O que é isto?

Imaginemos que cada um dos amigos do meu facebook pegue este vídeo e mande para todos os seus amigos, por pura brincadeira, ou por julgarem que tem alguma qualidade, ou só para ver no que dá. E de repente isto vira um hit, ouvido em todo o planeta, da noite para o dia, sendo descartado no dia seguinte, ou na tarde, na noite, sabe-se lá em que cybertime estaremos.

Qual o significado disto? E se ao invés de uma peça despretenciosa isto fosse uma obra com expectativas de resultados comerciais? Como funcionaria se isto fosse uma foto, ou um texto?

Como devem funcionar os direitos de autor? E de imagem?

Voltarei ao tema.

Dilemas Contemporâneos da Cultura (26)

Os Mutantes

O ato de escrever é compulsivo quando você toma gosto e os blogs são um exercício muito pertinente se você precisa de algum controle. Twitter de terceira ou sexta hora, até agora não consegui estabelecer uma relação cordial com o veículo a não ser para divulgar este blog, numa insistente metalinguagem, ou algumas twitadas do tipo twitkay (ok... inventei esta. Minha versão twitter do hay kay) ou uns microcontos (mania que peguei desde que mandei o primeiro para a ABL).

Aí está mais um dilema.

Já há muito a informação deixou de ser um arquivo, um file, uma library para se tornar uma nuvem incontrolável e em geométrica expansão. Isto mesmo: uma nuvem meteorológicamente imprecisa e supostamente imprevisível.

Se a Cultura sofria por falta de modelos e os processos de decisão estiveram por muito tempo influenciados por vetores políticos (nos governos e nas empresas patrocinadoras) ou por afinidade pessoal do gestor, agora as questões se sofisticam ainda mais.

Peguemos a música, por exemplo. Há algum tempo as gravadoras exerciam o papel seletivo oferecendo ao público aquilo que para elas constituia o chamado "produto de interesse comercial e adequado a determinado mercado". Este modelo acabou. O "mercado" - sabe-se lá quem é ele - determina o que deseja ouvir, o quanto, como, onde e o quanto vale a música produzida por este ou aquele cantor.

Quando trabalhei na Continental, detentora do selo Chantecler entre outros, lembro-me que foram várias as duplas sertanejas desejosas de um disco novo, pois isto ajudava a vender shows. Era prática corrente e óbvia que cantor sertanejo sem disco não "cantava" no rádio, e sem rádio não fazia show. Simples? Uma espécie de motocontínuo em que o disco, levava ao rádio, que levava ao show, que vendia disco.

A grosso modo, a música sobrevive (rá) de nichos em expansão. Do garoto que baixa, que ouve, que vai ao show, que conta e uma provável imensa rede possivel em torno de uma produção que dinossauros como eu preferem não imaginar, mas deixar que as idéias corram e fluam pelo prazer desta viagem interminável da criatividade humana.

A imagem do "garoto que baixa", longe de ser preconceituosa ou delimitadora, é só uma visão pueril de como se dão estes novos mecanismos que obriga a todos transitarem nestes novos formatos com a desenvoltura da descoberta, como se todos fossemos jovens em fase de alfabetização. E não é isto mesmo? Não estamos todos aprendendo a trabalhar com tecnologias antes somente pensáveis nas páginas de Flash Gordon de Alex Raymond?

Voltarei ao tema.