quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A Ópera é Pop (2)

 ©CP

Dizer que a ópera é uma maravilha, fantástica, a mais requintada forma de expressão, seria aqui puríssimo lugar comum porque é sabida certa tendência pró ópera neste blog. 
De passagem apenas, não há como negar que a ópera é uma forma de expressão absolutamente viva e estamos apenas no começo do que será o entendimento deste gênero no futuro. 
Não há dúvida que há um tipo de purista exausto que não admite qualquer intervenção na ópera ou usos que não sua exibição no palco. Chamo-os de exaustos porque ficarão cansados por tentarem achar para o gênero uma função que não a de se constituir numa gratificante experiência cultural e sob todos os aspectos e aproveitamentos possíveis. É importante registrar que existem outros puristas. Aqueles cultos, culturalmente bem  formados, com vivência multidisciplinar, são sempre bem vindos e sua visão de mundo pode ser uma contribuição de excelência para a ópera. 
A publicidade tem utilizado a ópera de maneira inteligente e são muitos os criadores e diretores que conhecem o gênero e sabem explorar os recursos que o espetáculo oferece. Afinal, sempre teremos a música de um compositor genial, com letras escritas por autores que conheciam a dramaturgia.
Um exemplo muito bem sucedido e emocionante é o comercial de Coca-Cola usando a ópera Pagliacci do compositor italiano Ruggero Leoncavallo que você pode ver aqui.
Mais interessante ainda fica se lembrarmos que no inicio da ópera, um personagem, Tônio, interpretando o prólogo, avisa a platéia que tudo é apenas uma peça e não a vida real. 
Ao misturar fantasia e realidade, o anúncio brinca com o Verismo em que fatos da vida real são levados ao palco. O garotinho - o mundo real - entra na fantasia do personagem e o trás para si. Uma solução bem divertida e emocionante, vocês não acham?

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