sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Dilemas Contemporâneos da Cultura (35)


Se intolerância é uma atitude inadequada para quem se pretende equilibrado, conformismo é abominável.

Infelizmente, algumas coisas no atual cenário politico-eleitoral nos conduzem à mais tosca intolerância ou ao desprezível conformismo.

Não dá para ficar de bom humor com o que somos obrigados a ver e ouvir, tendo nossos olhos e ouvidos reduzidos a meros receptáculos passivos.

Continuamos sem obter respostas no dia-a-dia para as questões estruturais na área da música erudita e da ópera enquanto nas campanhas políticas nenhuma vez a palavra Cultura é mencionada, passando aos eleitores - à nação - o claro descaso e sistemático abandondo a que são submetidos os milhares de profissionais da área em todo o país, sem mencionar o descalabro de não se reconhecer a atividade cultural como uma questão de direito implicito nos mais elementares conceitos de Cidadania.

Por mais que se tenha clareza da importãncia das atividades criativas e do que representa a Economia da Cultura no Brasil, muito poucos foram os resultados concretos sobre as formas de financiamento da atividade cultural, seja no plano dos incentivos, do FNC ou mesmo empreendedorismo sustentado.

Urge corrigir isto. Há uma forte expectativa do setor para resultados e espera-se respostas concrtetas do Ministério ainda nesta gestão.

Entretanto, para o futuro, não temos concretamente como avaliar qual o melhor programa ou candidato a atender as necessidades da área. Certamente nos estados, cada um consegue ter uma visão de continuidade ou pelo menos uma referência do que será o futuro com esta ou aquela candidatura. Mas, não deixa de ser uma opinião pessoal. No plano federal, a angústia é crescente pela total ausência de sinalização do que pretendem os postulantes.

Mais uma vez, nos preparamos para, qualquer que seja o novo governo, iniciarmos o longo e desgastante debate sobre idéias e possibilidades. Pelo visto até aqui, não há futuro tangível para os próximos anos.

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