quarta-feira, 7 de abril de 2010
Dilemas Contemporâneos da Cultura (10)
Nota de Rodapé (2)
GOGÓ
O Metropolitan Opera de NY convidou e Paulo Szot disse OK. Participará da opereta O Morcego. Também no Met, o barítono brasileiro foi confirmado para Carmen, na temporada do ano que vem.
Esta informação complementa o post Dilemas da Cultura (9), de 5/3/2010.
terça-feira, 6 de abril de 2010
Carlos Gomes no mapa do Brasil (11)
(*) D. Pedro II, Imperador do Brasil ao tempo de Carlos Gomes.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Dilemas contemporâneos da Cultura (9)
Repetindo: a maior estrela brasileira da história recente é um cantor de ópera.
Amanhã não cairão centenas de e-mails na minha caixa postal discutindo o mérito inquestionável das duas afirmativas acima.
Paulo Szot não está cantando melhor agora. Antes de se tornar uma estrela internacional, ganhador do Tony Awards, sucesso de crítica "lá fora", ele já era um excelente cantor, profissional e colega, sofrendo aqui as mesmas dificuldades de espaço de trabalho que outras dezenas de igual valor e qualidade. A OSESP, que reconhecemos merecidamente como nossa melhor orquestra, nunca recebeu Paulo Szot. (*)
(**) tenho a convicção de que estamos vivendo o final de uma fase de transição.
quarta-feira, 31 de março de 2010
Dilemas contemporâneos da Cultura (8)
O financiamento à produção cultural é o principal dilema não resolvido na Cultura.
Não existe mágica.
De um lado há necessidade de politicas públicas e recursos também públicos para programas decorrentes.De outro consumidores de Cultura dispostos a pagar (com dinheiro privado) pelo que recebem: cidadãos, entidades e empresas. Nesta faixa, os interesses são distintos entre si e os volumes investidos idem. Para atender estes segmentos vale a lógica de mercado, ou seja , a adoção de ferramentas corretas de marketing para motivar adequadamente estas platéias para os bens culturais oferecidos. Isto signfica que há espaço e público para a maioria dos bens cuja lógica seja a bilheteria.
Existem inúmeros cases e relatos de bens culturais tanto "populares" quanto "eruditos" que tiveram recursos públicos e privados em percentuais distintos, ora prevalecendo um modelo ou outro.
Há, portanto, uma brecha, uma linha de raciocínio e de planejamento que pode orientar os planos de negócios da produção cultural.
Este é um caminho saudável para a sustentabilidade dos negócios.
Continuo com o tema amanhã e falarei das variáveis politicas no processo.
segunda-feira, 29 de março de 2010
Carlos Gomes no mapa do Brasil (10)

Lembro-me da Praça Carlos Gomes em Curitiba de alguns anos atrás. Uma como tantas, agradável, bem arborizada. Se hoje está degradada é compreensível, mas não aceitável.
** Rosana Caramaschi e eu produzimos três títulos de Carlos Gomes em co-produção com a The Sofia National Opera: Il Guarany, Fosca, Maria Tudor.
Dilemas contemporâneos da Cultura (7)
Bens Culturais são todas as formas de expressão da identidade de um povo e de sua humanidade.
Esta é uma definição para se repetir sempre. Milhares de vezes, rabiscando o que é forma, o que é expressão, identidade e por aí vai. Aliás, um exercício tentador.
A diferença entre arte erudita e arte popular reside no grau de alfabetização necessário para compreendê-las.
As artes populares trabalham com o universo conhecido, com a repetição, enquanto que as artes eruditas se orientam pela provocação de níveis alternativos e complementares de leitura e de abstração. Quanto mais uma determinada arte dita popular acrescentar de códigos de leitura, mais se aproxima da erudição.
Quando se fala em promover o acesso à Cultura Erudita comete-se um erro de origem: um cidadão não alfabetizado numa determinada linguagem não se aproximará dela. Considerando que o acesso existe uma vez que artes eruditas estão "expostas" nos seus lugares, a palavra "acesso" ganha o conteúdo de proximidade, facilidade de transito ou coisa parecida. Melhor seria usar como terminologia promover a iniciação à Cultura Erudita entendendo que isto significa promover o direito à alfabetização em determinada linguagem.
Ao insistimos na necessidade de formar pessoas e ensinar a pessoas o que música, pintura, ópera, dança, amplia-se o exercício dos seus direitos, inclusive de escolha.
Neste sentido, as instituições de comunicação de massa são cruéis, pois não avançam no direito ao conhecimento amplo e isto é cerceamento do direito.
Ora, se o cidadão não adquire outros níveis de leitura, ele jamais entenderá a importância de perpetuar as suas raízes culturais, um ciclo vicioso de difícil ruptura, já que não perceberá claramente sua realidade, seu papel social, terá uma visão limitada e corrompida na medida em que tenderá a desejar apenas o que o atende diretamente.
Convenhamos que seria uma lástima para o pais que deseja instituições sólidas, com valores sociais, políticos e econômicos que dêem sustentabilidade ao nosso futuro.